quarta-feira, 10 de abril de 2024

Deixa Ela Entrar

Título no Brasil: Deixa Ela Entrar
Título Original: Låt den rätte komma in
Ano de Lançamento: 2008
País: Suécia, Noruega
Estúdio: EFTI
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: John Ajvide Lindqvist
Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar

Sinopse:
Uma menina vive escondida do mundo em seu pequeno apartamento ao lado de um homem mais velho. Eles estão sempre se mudando. Até que a menina conhece um garoto de sua idade no pátio do local onde moram. E ela, sempre muito solitária, faz amizade com ele. O problema é que a menina tem segredos, alguns bem sanguinários, para esconder. 

Comentários:
Esse é o filme original. Quando eu o assisti ninguém ainda conhecia essa obra direito no Brasil. Claro que o material original, o livro, é o item mais indicado, mas em termos cinematográficos esse filme é certamente o mais fiel ao livro. Para quem não sabe a garotinha está acompanhada por um homem mais velho e esse não é o pai dela, como aparece em certas versões americanas, sendo que a própria série que foi lançada há pouco tempo segue essa linha. O livro nesse aspecto é visceral. O homem mais velho é um pedófilo que tentou violentar a menina, mas se deu mal, porque afinal ela é uma vampira. Então ela acabou escravizando esse criminoso! Algo bem sórdido e talvez por isso os americanos tenham amenizado tudo. No mais é inegável que esse filme é muito bom. Tanto que ainda rende frutos, tanto no cinema como no mundo das séries. A história da garotinha vampira realmente é muito boa! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de abril de 2024

O Vampiro de Versalhes - Parte I

Maximilian
Esse era o nome. O único que ele assinava em uma série de manuscritos e cartas. Não se sabe até hoje com certeza sobre sua identidade, sua história. As cartas, amareladas e envelhecidas pelo tempo, foram encontradas em uma seção um tanto esquecida da biblioteca nacional em Paris. Algumas mostravam sinas de grande desgaste, outras estavam chamuscadas, como se tivessem sido jogadas em alguma lareira e depois salvas em um último momento. 

De uma maneira ou outra, o que chamou a atenção dos especialistas não foi o estado do material, mas sim seu conteúdo. As cartas traziam diversas datas, algumas com até 200 anos de diferença! Tempo demais para que um ser humano as tenha escrito de próprio punho. A vida humana, como todos sabemos, não dura tanto tempo. 

E aí vai a grande novidade desses textos. Além de terem sido escritos em um período muito longo de tempo, elas também abismaram os historiadores pois quem as escreveu garantia que era uma criatura da noite, um vampiro!

Ora, senhores racionais, homens de pesquisa, vampiros não existem! Então vamos partir para uma nova visão, a de que tudo não passaria de mera literatura. Tudo bem, poderia ser uma resposta viável e racional para tudo o que lemos ali, mas as mais antigas cartas tinham sido escritas muitos anos antes de Drácula, o romance de Bram Stoker. Pior do que isso, testes e perícias feitas nas cartas atestaram que elas eram legítimas e tinham sido escritas exatamente nas datas que traziam em seus cabeçallhos...

Um grande mistério...

As perícias também demonstraram que a caligrafia e o modo de escrever também pertenciam a mesma pessoa. Isso não fazia muito sentido. Como alguém poderia ter escrito as cartas se entre a primeira e a última havia se passado mais de dois séculos?!...

Vai ver esse tal de Maximilian estaria enfim dizendo a pura verdade, mesmo sabendo que essa verdade não seria aceita nos dias racionais que vivemos hoje em dia. 

Para tentar encontrar alguma lógica eu procurei pela pesquisa. Como pesquisador e historiador que sou, decidi correr atrás, pegar as datas que estavam nas cartas e procurar por informações que as comprovassem em jornais de época... Uma grande loucura, mas pensando bem, todos os tipos de historiadores possuem um elemento de loucura...

E através das próximas páginas vou reproduzir aqui o pensamento de Maximilian, suas impressões sobre o mundo, as coisas que vivenciou e viu ao longo de uma, pelo que consta, longa e interessante vida... 

E se possível pretendo finalizar essa longa pesquisa tentando encontrar sua verdadeira identidade. Vampiro ou não, gostaria de saber de uma vez por todas sobre quem teria sido esse misterioso ser que carinhosamente até pensei em chamar de "O Vampiro de Versalhes"...

Tempos de Juventude
Paris, 19 de setembro de 1850
Resolvi escrever essa carta para lembrar, lembrar de um tempo que não mais existe. Antes de mais nada, devo me apresentar. Basta me chamar de Maximilian. Esse não é o meu nome real, mas é o nome pelo qual sou chamado agora. Eu a encontrei há muitos anos e você me conheceu pelo meu nome real, meu nome humano. Penso e acredito que conforme for lhe contando minha história você saberá de quem se trata. E então tudo ficará mais claro em sua mente. Talvez você sinta pena da minha pessoa ou então lamente por não ter vivido todas essas histórias ao meu lado. Não podemos subestimar a mente e o coração de uma mulher apaixonada. 

Faz tanto tempo dessas lembranças que simplesmente penso que foi em uma outra vida, fui uma outra pessoa, um outro ser. Quando olho para o passado simplesmente fico pasmo pelas coisas que consigo me lembrar. A maioria das lembranças se foi pelas areias do tempo, mas outras sobreviveram, ficaram marcadas em minha mente para todo o sempre. Nem parece que vivi tudo aquilo que me lembro agora... 

Maximilian foi um jovem afortunado. Nasceu em uma família nobre, ligado à Casa de Bourbon, a casa real francesa. Foi criado brincando nos jardins de Versalhes com o pequeno Louis. Quem seria esse amigo de infância? Ora, seria o futuro rei Luís XVI, de triste memória, pois o destino quis que ele se tornasse o último monarca da França pré-revolução. O adolescente Maximilian  também foi grande amigo de juventude de Maria Antonieta. 

Quando ela foi para Versalhes, vinda de sua terra natal, a Áustria, a garota tinha apenas 14 anos de idade. Mal sabia falar a língua de seu futuro marido. Na época era comum as casas nobres trocarem casamentos entre seus membros. Era uma forma de selar a paz entre países e nações.

Ela iria se tornar a última Rainha da França, quem diria... Pessoalmente era uma mulher miúda, pequenina mesmo. Cabelos brancos, como era a moda na nobreza. Muito simpática, muito instintiva. Ao contrário de seu futuro marido, que muitas vezes não passava de um tonto bondoso, Maria tinha muita personalidade. Ainda lembro de seus grandes olhos azuis, que inclusive eram míopes como um morcego... Então quando ela parava seu olhar em você não significava que estava lhe paquerando ou algo do tipo, mas apenas que tentava enxergar alguma coisa...

Adorava cavalgar e tinha os melhores cavalos da França. Esse foi o principal elo de ligação da nossa amizade. Eu também, enquanto jovem ser humano cheio de vida, também adorava cavalgar. Maria saía nos bosques do Palácio de Versalhes e ficava horas cavalgando... Esse foi certamente o período mais feliz de toda a sua vida... A liberdade que desfrutou foi maravilhosa. 

O Rei Luís XV adorava Maria Antonieta e de certa maneira a protegia dentro da corte. Ele sabia que o jovem Délfim, herdeiro do trono, era um rapaz um tanto obtuso. Ele tinha esperanças que a futura Rainha tomasse o controle do reino quando ele já não estivesse mais vivo. 

Sua vida humana foi no luxo, na fartura e na festa, isso na corte mais luxuosa e excêntrica da Europa. Memoráveis foram as festas à fantasia promovidas pela amiga Antonieta, onde todos os membros da corte surgiam em fantasias belíssimas, com muita pompa e elegância. Tempos maravilhosos. 

Eu realmente não tinha muitos talentos pessoais, não era particularmente estudioso e tampouco me preocupava em construir o futuro com meus próprios méritos. Isso não existia, em absoluto. Só pelo fato de ser um nobre já me definia como um homem bem sucedido. E o fato de ter sido amigo pessoal do casal que reinaria na França me qualificava para qualquer cargo público que quisesse, onde pretendesse e com o salário que pedisse. Era assim naquele mundo de altos privilégios.

Nesses anos de puro deleite tive algumas experiências inusitadas com a futura Rainha. Numa delas fomos parar em um lugar bem longe do Palácio. Fazia um pouco de frio e paramos um pouco para recuperarmos o fôlego. Maria se aproximou e sentou em meu colo. Confesso que minha vontade era beijá-la, mas isso obviamente seria visto como uma traição à coroa. 

Mas não passou em branco. O jovem Maximilian não perdoaria nenhuma mulher, mesmo que ela fosse a prometida ao futuro rei. Desse momento nasceu um beijo muito terno e carinhoso à beira do lago azul. Foi um momento belo, de dois adolescentes descobrindo o amor. Não havia nada de malicioso ou cruel, mas obviamente a sexualidade veio à flor da pele. 

Vendo que as coisas estavam saindo um pouco do comum e do controle, Maria Antonieta se recompôs. Olhou para o horizonte e desconversou, dizendo que uma tempestade iria chegar e que tínhamos que ir embora logo.  Continuamos amigos nos anos seguintes. Como eu fazia parte da corte sempre a encontrava nos salões de baile ou nos corredores de Versalhes. Sempre que me via abria o sorriso. Sempre parecia realmente feliz em me encontrar e jamais voltou a tocar novamente na lembrança daquele beijo adolescente inocente. 

Respeitei suas decisões. Era uma mulher católica e estava comprometida. Não iria desrespeitar sua posição com alguma fala que de alguma maneira a chocasse. Ficou uma lembrança que apenas a nós pertenceu. Nunca mais falamos naquilo, mas o olhar, a maneira de olhar dentro dos meus olhos, deixava aquela mensagem subliminar de que ela não havia esquecido aquele momento. 

Era o nosso momento. Estava em nossas lembranças e isso era no final o que importava. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 6 de abril de 2024

O Massacre da Serra Elétrica 2

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica 2
Título Original: The Texas Chainsaw Massacre 2
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Films
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: L.M. Kit Carson, Tobe Hooper
Elenco: Dennis Hopper, Caroline Williams, Jim Siedow
 
Sinopse:
Durante uma transmissão de rádio da programação local um DJ fica chocado ao receber o telefonema de dois marginais que lhe passam uma gravação do que parece ser a morte de duas crianças pelo psicopata Leatherface, o infame serial killer que matava suas vítimas com uma serra elétrica. O xerife local então decide começar sua investigação para colocar as mãos nos autores da gravação, algo que lhe revelará um mundo doentio e perturbador nos cafundós do Texas. Filme indicado ao prêmio Fantasporto na categoria de Melhor Filme de terror.

Comentários:
No auge do sucesso da Cannon, produtora bem conhecida nos anos 80 por causa de seus filmes de ação com Chuck Norris. a empresa resolveu apostar também no terror, ressuscitando antigas franquias. Foi o que aconteceu com "The Texas Chainsaw Massacre". O primeiro filme havia virado um cult movie nas locadoras, então os produtores entenderam que era uma boa oportunidade de reviver o antigo clima de sangue e tripas nas telas. Pessoalmente não gosto muito dessa continuação porque ela foi afetada por uma modinha da época em se misturar terror com comédia. "A Hora do Espanto" se tornou um grande sucesso de bilheteria e sua fórmula acabou sendo copiada à exaustão, nem sempre com resultado positivos. A piada já começa no poster, onde os personagens sanguinários do filme posam tal como os adolescentes do sucesso de John Hughes, "O Clube dos Cinco". O resto vai pela mesma linha engraçadinha, o que nem sempre dá certo. Dennis Hopper também acaba virando uma caricatura de si mesmo nessa produção. Ator símbolo da contra cultura dos anos 60 ele acabou embarcando no filme sem muita razão de ser, talvez apenas para emprestar seu nome conhecido (o único do elenco) para ajudar na promoção do filme. Há certamente boas cenas de terror, mas no geral não consigo mesmo gostar muito, nem mesmo em revisões mais atuais. O humor aqui estragou parte do potencial da fita. Uma bola fora na filmografia do (quase) sempre correto Tobe Hooper.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Annabelle 3 - De Volta Para Casa

Título no Brasil: Annabelle 3 - De Volta Para Casa
Título Original: Annabelle Comes Home
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Atomic Monster, New Line Cinema
Direção: Gary Dauberman
Roteiro: James Wan, Gary Dauberman
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mckenna Grace, Madison Iseman, Katie Sarife, Michael Cimino

Sinopse:
O casal Warren consegue trazer a boneca amaldiçoada Annabelle para sua casa. Ela então é trancafiada em um armário de madeira, para nunca mais sair dali. Só que a amiga da babá de sua filha tem uma ideia diferente. Ela quer invocar o espírito de seu pai falecido e para isso decide usar a boneca. Uma péssima ideia que acabará criando o caos naquela casa.

Comentários:
Para quem acreditava que esses filmes dessa boneca amaldiçoada não iriam muito longe, aí está o terceiro filme da franquia. O fato é que essas produções são lucrativas demais. Cada filme não chega a custar nem 10 milhões de dólares e sempre apresentam um retorno seguro de bilheteria, muitas vezes ultrapassando os 250 milhões de faturamento. É uma mina de ouro cinematográfica. Então enquanto houver público, haverá novos filmes. Esse terceiro achei apenas mediano. Sigo dizendo que o segundo foi o melhor de todos em minha opinião. Esse número 3 é inegavelmente o mais fraquinho. Todo a trama se passa em apenas uma noite, dentro da casa do casal Warren. Só que eles estão fora e a filha fica sob responsabilidade da babá. Esse é uma daquelas jovens que conhece uma amiga que vai colocar tudo a perder. Ela entra na sala onde são guardados todos os objetos de maldição e bruxaria e resolve mexer em todos eles, colocando para fora até mesmo a boneca Annabelle. E aí o roteiro abre espaço para todo tipo de assombração com direito a um cão enviado do inferno, uma noiva com uma faca e outras bizarrices. É tudo muito simples e direto e o mais interessante é que a velha fórmula ainda funciona. Os sustinhos são garantidos. O diretor desse terceiro filme é um roteirista com experiência em filmes de terror, então ele sabia bem o que estava fazendo. Assim fica o veredito. È o mais fraco da trilogia, mas mesmo assim ainda consegue ser bem melhor do que muito filme de terror que anda sendo exibido por aí.

Pablo Aluísio.

sábado, 30 de março de 2024

Anjos da Noite 2 - A Evolução

Título no Brasil: Anjos da Noite - A Evolução
Título Original: Underworld - Evolution
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems, Lakeshore Entertainment
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Danny McBride, Len Wiseman
Elenco: Kate Beckinsale, Scott Speedman, Bill Nighy
  
Sinopse:
"Underworld: Evolution" continua a saga da guerra entre os vampiros e os lobisomens. O enredo volta no tempo para mostrar os primórdios da antiga rivalidade entre as duas tribos que deram origem às criaturas que tentam se destruir na atualidade. Assim a vampira Selene (Kate Beckinsale) e o híbrido Michael (Scott Speedman) tentam desvendar os segredos de suas linhagens. Filme indicado a cinco categorias no Fangoria Chainsaw Awards. Também indicado nos prêmios MTV Movie Awards e Scream Awards.

Comentários:
Eu assisti ao primeiro filme com reservas. Apesar de gostar bastante de filmes sobre vampiros em geral essa franquia Underworld nunca esteve entre as minhas preferidas. Em minha forma de entender são filmes bastante influenciados pela cultura game e pelo universo Matrix, embora poucos realmente parem para pensar sobre isso. O ritmo é sempre frenético, com muitas cenas de ação (bem elaboradas, é verdade, mas também vazias e destituídas de emoção). Os pontos realmente interessantes se resumem na bonita direção de arte (bebendo de fontes ao estilo vintage futurista) e o elenco. Kate Beckinsale é uma atriz versátil, que pula de filmes pop como esse diretamente para dramas mais bem elaborados. É uma mulher bonita, ao estilo clássica, que consegue manter os olhos do espectador interessados no que se passa na tela. O enredo em si não muda muito em relação ao filme original, seguindo a linha mais pop e comic. Mesmo assim, para não perder a franquia de vista, compensa ao menos uma visita.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Van Helsing - O Caçador de Monstros

Título no Brasil: Van Helsing - O Caçador de Monstros
Título Original: Van Helsing
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stephen Sommers
Elenco: Hugh Jackman, Kate Beckinsale, Richard Roxburgh

Sinopse:
Van Helsing (Hugh Jackman) é um especialista do Vaticano que trabalha com eventos e manifestações paranormais. Assim a Igreja Católica envia o caçador de monstros e seu aliado, Carl, para a Transilvânia. Seu objetivo é localizar e destruir o Conde Drácula que, ao que tudo indica, é uma criatura das trevas, um vampiro que se alimenta de sangue humano para continuar sua existência terrena. Chegando na região, Helsing acaba se aliando a uma princesa cigana chamada Anna Valerious (Beckinsale), que está determinada a acabar com uma antiga maldição em sua família, sendo que para isso deverá destruir o milenar vampiro.

Comentários:
Muitos detonam essa produção, chamam de porcaria cheia de efeitos digitais e oportunismo cinematográfico. Bom, talvez seja, porém não há como negar que há filmes que mesmo em sua ruindade conseguem divertir caso sejam encarados como meras diversões descompromissadas. "Van Helsing" vai bem por esse caminho. Ninguém em sã consciência vai assisti-lo pensando em encontrar alguma obra prima do cinema. Na época de seu lançamento foi criada uma expectativa tola sobre suas qualidades cinematográficas e isso gerou decepção no público. Já hoje em dia revendo em exibições nas TVs a Cabo e no PC a coisa já não aparenta mais ser tão desastrosa. Pra falar a verdade revi recentemente e olha que me diverti pra valer. Primeiro porque achei aquelas vampiras gostosonas aladas uma boa pedida, segundo porque em nenhum momento o filme em si se leva à sério. É aquele tipo de fita que você sabe que não foi realizada para ser dissecada, analisada em profundidade, nada disso, é um popcorn por excelência, para ver com os amigos da escola numa tarde sem nada pra fazer. Olhando sob esse ponto de vista (que é o certo, afinal de contas) posso dizer que "Van Helsing" diverte pacas! Pode assistir sem receio algum.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de março de 2024

Transformers - O Lado Oculto da Lua

Michael Bay é certamente o cineasta mais destemperado do cinema americano atual. Não há mais limites para seus exageros. Os filmes de Bay foram crescendo em megalomania nos últimos anos até chegar em um ponto em que acredito que ele não saiba mais fazer qualquer outro tipo de filme que não seja desse tipo – onde a metade da terra é destruída numa orgia desenfreada de efeitos digitais. Aqui Bay mistura fatos históricos com pirotecnia elevada à nona potência para criar mais um blockbuster sem muita noção, mas que certamente agrada aos fãs mais jovens, principalmente aqueles viciados em videogames. Para um público que vive conectado 24 horas por dia a receita deve ser muito bem-vinda, familiar até. Na “trama” acompanhamos um rocambole que mistura missão Apollo com espaçonaves caídas na lua, segredos milenares envolvendo os Transformers, um equipamento de grande tecnologia e a luta para se apoderar de todo esse poder. Esqueça todo tipo de lógica, basta dizer que o objetivo final dos Decepticons é trazer seu moribundo planeta para cá, escravizar os bilhões de seres humanos e reviver seus dias de glória quando eram considerados “deuses”! Para frear seus planos a humanidade só conta com o apoio dos Autobots, liderados por Optimus Prime.

O enredo soa maluco demais para você? Pois é, mas no final das contas quem liga para isso? Bay sabe que coisas como roteiro, lógica e argumento inexistem em praticamente toda a sua filmografia. Ao invés disso ele investe pesadamente em efeitos digitais. Olhando sob esse aspecto realmente não há o que criticar pois “Transformers” traz o que há de mais sofisticado nesse quesito. As cenas de ação são tantas e em tal número que não é incomum o espectador perder completamente o fio da meada do que se passa na tela, no meio daquele quebra pau de metais retorcidos e aço voando para todos os lados. Não existe nenhum personagem bem desenvolvido, nem os humanos, o tal de Shia LaBeouf continua muito ruim. A correria é tamanha que nem sabemos direito o nome de seu personagem! O pior é que isso não faz a menor diferença! De bom e engraçado mesmo apenas algumas piadinhas sobre o meio corporativo das grandes empresas e as participações especiais de John Malkovich e do astronauta Buzz Aldrin mas isso é o de menos. Tudo no fundo não passa de mera desculpa para se utilizar de toneladas de efeitos especiais a todo momento. Esqueça todo o resto, o novo Transformers se resume a apenas isso mesmo. Game Over. 

Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of the Moon, Estados Unidos, 2011) Direção: Michael Bay / Roteiro: Ehren Kruger / Elenco: Shia LaBeouf, Rosie Huntington-Whiteley, Josh Duhamel, John Malkovich, Frances McDormand, Patrick Dempsey, Buzz Aldrin, Kevin Dunn, John Turturro / Sinopse: Após uma nave espacial cair na lua a NASA envia uma expedição para descobrir do que se trata a espaçonave. Nesse meio tempo os Decepticons planejam dominar todo o planeta Terra.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de março de 2024

30 Dias de Noite - Parte 2

Tudo muito fraco, tudo muito pobre, produção feia, atores ruins e roteiro banal. Eu até que gostei de "30 Dias de Noite", mas essa sua sequência é realmente indefensável. O grande charme do filme original era a ambientação em uma cidade do Alaska que ficaria 30 dias sem ver a luz do sol. Um prato cheio para o ataque de um grupo de vampiros sanguinários e vorazes. Certamente aquela situação era bem interessante. Porém, para minha decepção, tiraram esse ótimo clima soturno nessa continuação! O que resta depois de uma ideia tão equivocada como essa? Para piorar o que já era bem ruim os roteiristas resolveram escrever uma péssima estória que se desenvolve na ensolarada Califórnia!!! Existe algo mais fora do clima de vampiros do que as praias da Califórnia? Claro que não!

A razão dessa estupidez é até fácil de entender. Sem orçamento  para produzir algo melhor os produtores filmaram tudo no quintal mesmo - em Los Angeles, a pior cidade do mundo para se realizar um filme de vampiros. Para piorar o que já era bem ruim colocaram uma péssima atriz para fazer um péssimo personagem: a rainha vampira, que tem sob comando um "ninho" de seres da noite. Ela quer a todo custo transportar os vampiros de navio para o Alaska, obviamente visando com isso atacar outra cidade como vimos no primeiro filme. Pura bobagem. Não recomendo a ninguém, nem a fãs de quadrinhos, nem a fãs de vampiros e nem muito menos a admiradores de efeitos especiais (a produção é bem fraca nesse sentido, pois não se gastou muito nas cenas, resultando tudo em uma decepção). Enfim, acho que é o fim da franquia. "30 Dias de Noite 2" é ruim de doer, com ou sem caninos salientes.

30 Dias de Noite 2 (30 Days of Night: Dark Days, Estados Unidos, 2010) Direção: Ben Ketai / Roteiro: Steve Niles, Ben Ketai / Elenco: Kiele Sanchez, Rhys Coiro, Diora Baird / Sinopse: Vampiros sedentos de sangue levam o terror a Los Angeles e depois seguem rumo ao Alaska para nova carnificina.

Pablo Aluísio.