sábado, 30 de dezembro de 2023

It: Capítulo Dois

O primeiro filme foi um grande sucesso de bilheteria. Custou apenas 35 milhões de dólares e faturou nas bilheterias mais de 75o milhões. Um lucro fantástico. Por isso era esperado que uma continuação fosse realizada. E assim chegamos nesse segundo capítulo. Essa sequência foi criticada por dois aspectos básicos. O filme seria muito longo e cansativo e seu roteiro seria repetitivo. Eu tenho uma visão diferente. Sim, o filme é longo. Quase três horas de duração. Porém não me soou cansativo. As pessoas esquecem que o livro original de Stephen King tem mais de mil páginas! Adaptar um livro desse tamanho para o cinema só poderia resultar mesmo em um filme longo. Cansativo porém não achei. Os roteiristas trouxeram o que era essencial para o filme. Como há vários personagens seria mesmo necessário ter espaço para cada um deles demonstrar sua personalidade no filme. Foi isso o que aconteceu. O palhaço Pennywise aparece a cada um deles em cenas individuais onde ele trabalha o lado psicológico dos garotos, seus traumas, seus complexos. Isso está no livro e era necessário trazer também para o filme. Não havia como retirar do roteiro. 

Com isso o segundo filme ficou mesmo longo, não tinha outra saída. Porem cada um desses momentos não é gratuito. O uso de vários flashbacks também foi criticado de forma indevida. Essa é a estrutura do livro, com passagens do passado e presente se intercalando. É uma ferramenta narrativa do próprio Stephen King que os roteiristas utilizaram também aqui. Ficou adequado. A edição é inteligente, mesclando em uma só sequência com passado e presente, tudo feito de forma bem eficaz. O resultado final me agradou bastante. O roteiro brinca até com o fato de que muitos criticam os finais dos livros de Stephen King. Ele inclusive está no filme, numa ponta, como um vendedor de coisas velhas. Pois bem, há que tenha odiado o final, achando simplista demais como os personagens deram fim ao Pennywise. Na minha opinião tudo foi válido e tem seu lugar no filme. A luta entre o palhaço e os protagonistas é no fundo psicológica e uma solução dessa natureza seria o mais adequado para o desfecho do enredo. Do jeito que ficou me agradou bastante. E se você gosta mesmo de Stephen King, então o filme se torna essencial.

It: Capítulo Dois (It Chapter Two, Estados Unidos, 2019) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Jessica Chastain, James McAvoy, Bill Hader, Bill Skarsgård / Sinopse: Vinte e sete anos após os acontecimentos do primeiro filme o palhaço Pennywise está de volta. Crianças começam a desaparecer novamente. Com isso os garotos do primeiro filme (agora todos adultos) resolvem se unir mais uma vez para acabar com as monstruosidades do palhaço.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O Enigma do Horizonte

Uma equipe de resgate é enviada até os confins do universo para investigar uma nave espacial que havia sido tragada por um buraco negro no passado, mas que agora ressurgia novamente, de forma inesperada, praticamente do nada, trazendo algo ou alguma coisa desconhecida pela ciência humana a bordo. O diretor Paul W.S. Anderson nunca foi de realizar filmes banais, que não tivessem algum tipo de originalidade em relação ao seu gênero cinematográfico mais tradicional. Aqui, seguindo a tradição de sua filmografia, também procurou realizar algo diferente.

Claro que em se tratando de ficção sempre teremos como referência máxima o clássico de Stanley Kubrick, "2001 - Uma Odisséia do Espaço". "Event Horizon" assim não consegue escapar dessa obra prima do gênero e traz vários elementos do famoso clássico para o roteiro dessa produção, mas claro que tudo com um pouco menos de sucesso do ponto de vista artístico. Mesmo assim é um filme bem interessante, bem escrito e com ótima direção de arte. Os efeitos especiais também estão a serviço do roteiro e não o contrário como costumeiramente acontece nesse tipo de filme. Boa diversão que consegue até resistir bravamente ao tempo, algo que também sempre atinge filmes de ficção em geral. O passar dos anos costuma ser desastroso para o estilo Sci-Fi.

O Enigma do Horizonte (Event Horizon, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul W.S. Anderson / Roteiro: Philip Eisner / Elenco: Laurence Fishburne, Sam Neill, Kathleen Quinlan / Sinopse: Uma viagem espacial sonda os limites da mente humana.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Natal Sangrento

Título no Brasil: Natal Sangrento
Título Original: Silent Night, Deadly Night
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Charles E. Sellier Jr.
Roteiro: Paul Caimi, Michael Hickey
Elenco: Lilyan Chauvin, Gilmer McCormick, Toni Nero

Sinopse:
Depois que seus pais são assassinados, uma jovem adolescente atormentado sai em uma fúria assassina vestido como o próprio Papai Noel, aterrorizando as famílias na noite de Natal. A mente perturbada do assassino procura por vingança contra os abusos que sofreu após ser enviado para um sinistro orfanato. Roteiro parcialmente baseado numa história real envolvendo um dos mais infames serial killers (assassinos em série) dos Estados Unidos.

Comentários:
"Tente sobreviver ao Natal" - essa era a frase que acompanhava a publicidade desse "Natal Sangrento", filme de terror que invadiu os cinemas americanos na véspera de natal de 1984. Naquela década o cinema americano vivia uma febre de filmes de horror que disputavam o título de mais sangrento da temporada. Quanto mais sangue e tripas expostas melhor. Esse aqui foi lançado no mesmo final de semana de "A Hora do Pesadelo", sendo que ambos disputaram a preferência dos fãs de filmes de terror nas bilheterias naquela ocasião. O uso da mitologia de natal em um filme desse tipo causou uma certa indignação e revolta em determinados setores da sociedade americana. O filme foi acusado de ser de extremo mau gosto ao usar a figura de Papai Noel entrando pela chaminé de uma casa com um machado em seu poster original! Afinal estavam destruindo a figura do bom velhinho, o transformando em um psicopata cruel e assassino. Bobagem, o filme é um produto pop que jamais deve ser levado muito à sério. Causa espanto que críticos tão conceituados como Roger Ebert tenham escrito que a produção era uma "vergonha" por misturar os elementos natalinos em um filme Slasher de muita violência. O curioso é que o resultado foi bem mais violento do que queria seu diretor Charles E. Sellier Jr, a tal ponto que ele largou a produção pouco antes do fim das filmagens. Houve um atrito entre sua visão (mais centrada para o suspense) e os produtores, que queriam mais sangue derramando na tela. Assim o estúdio acabou escalando o editor Michael Spence para dirigir algumas cenas extras de matança, o que deixou tudo ainda mais cru e sádico. Estavam certos pois o filme acabou fazendo sucesso, dando origem dois anos depois a uma continuação que também foi bem sucedida do ponto de vista puramente comercial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Transformers - A Vingança dos Derrotados

Título no Brasil: Transformers - A Vingança dos Derrotados
Título Original: Transformers - Revenge of the Fallen
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks, Paramount Pictures
Direção: Michael Bay
Roteiro: Ehren Kruger, Roberto Orci
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Tyrese Gibson, John Turturro, Ramon Rodriguez

Sinopse:
Sam Witwicky (Shia LaBeouf) deixa os Autobots para trás para tenter levar uma vida normal. Mas quando sua mente fica cheia de símbolos enigmáticos, os Decepticons o atacam e ele é arrastado de volta à guerra dos Transformers. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Mixagem de Som.

Comentários:
Também conhecido como Transformers 2, esse filme colecionou uma série de absurdos que só poderiam acontecer mesmo dentro da indústria americana de cinema. Primeiro de tudo foi o orçamento. O diretor Michael Bay pediu 200 milhões de dólares para rodar esse segundo filme! Isso mesmo, 200 milhões! E os estúdios deram essa grana toda para ele! Como se isso já não fosse louco o bastante, quando o filme começou a ser rodado ele não tinha o roteiro pronto. A produção foi realizada bem no meio da grande greve de roteiristas. Isso comprometeu demais o resultado final. O próprio diretor pediu desculpas e admitiu que o roteiro havia sido escrito às pressas, enquanto as filmagens avançavam. Ele mesmo foi criando as cenas, meio ao acaso, bem no improviso. Por isso não estranhe se a trama tiver mais furos que um queijo suíço. E não para por ai. A atriz Megan Fox brigou feio com Michael Bay e eles deixaram de se falar nas filmagens. E o mais absurdo de tudo aconteceu depois, quando o filme finalmente chegou nas telas de cinema do mundo todo. Mesmo com todo o caos, Transformers 2 virou um mega sucesso de bilheteria, recuperando rapidamente seu investimento no mercado interno e faturando mais de 800 milhões de dólares pelo mundo afora! Nada mal para um filme que nem roteiro tinha...

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de dezembro de 2023

A Hora do Espanto 2

Alguns filmes são tão bons e tão especiais que não precisam de seqüência. Seus enredos já são perfeitamente fechados em si, não havendo nenhuma razão racional para se levar em frente o tema. Foi o caso de “A Hora do Espanto”, considerado por muitos um dos melhores filmes de terror da década de 80. Infelizmente como se tornou um grande sucesso acabou virando também vítima de seu próprio êxito. O enredo de “A Hora do Espanto” era esperto, bem conduzido e único. Foi então que resolveram tentar apostar no grande sucesso do filme original para a produção dessa continuação desnecessária, sem qualquer charme ou razão plausível de existência. A trama e o roteiro eram tão oportunistas e picaretas que deixaram muitos fãs do primeiro filme completamente envergonhados. Não havia uma boa estória e nem um gancho para levar adiante tudo. Criaram uma nova vampira que seria supostamente a irmã do vampiro do primeiro filme (que vergonha meu Deus!), tudo embalado com efeitos especiais ruins e atuações medíocres.

Desnecessário esclarecer que “A Hora do Espanto II” foi um desastre em todos os aspectos. A tal vampira que surgia nesse enredo tão batido (Ele estava em busca de vingança?! Que novidade!!!) foi interpretada pela fraca atriz Julie Carmen que simplesmente não consegue dizer a que veio durante todo o filme. A intenção do roteiro era transformar essa personagem numa criatura da noite sensual e perigosa, uma versão feminina e barata do personagem feito por Chris Sarandon no primeiro filme. Bom, isso ficou apenas na intenção mesmo pois os resultados se mostraram muito ruins. A atriz falha em ser sensual e voluptuosa, se tornado ao invés disso apenas caricata, com muitas caras e bocas, sem esquecer é claro daqueles terríveis penteados armados da década de 80. Hoje soa tudo ridículo. Curiosamente no time dos vampiros malvados quem acabou se destacando foi um personagem secundário, Bozworth (Brian Thompson), um vampiro gourmet, apreciador de insetos nojentos que os devora como se fossem iguarias finas. Antes de comer ainda os cita pelo seu nome cientifico! Nonsense? Claro que sim, porém a coisa mais sem sentido mesmo em “A Hora do Espanto II” é a sua própria existência. Fuja desse filme como um vampiro foge da cruz!

A Hora do Espanto 2 (Fright Night 2, Estados Unidos, 1988) Direção: Tommy Lee Wallace / Roteiro: Tom Holland, Tim Metcalfe / Elenco: Roddy McDowall, William Ragsdale, Traci Lind, Julie Carmen, Brian Thompson / Sinopse: Após os acontecimentos do primeiro filme a dupla formada por Peter Vincent (Roddy McDowall) e Charley Brewster (William Ragsdale) se vê novamente às voltas com novos vampiros que agora estão sedentos não apenas de sangue mas de vingança também.

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Aliens vs Predator - Requiem

Se você estiver interessado em conhecer como morrem as franquias basta assistir a filmes como esse. Veja que quando uma franquia comercial de sucesso em Hollywood começa a derrapar nas bilheterias (e isso senhoras e senhores acontece com todas as séries cinematográficas) o que sobra é esse tipo de produção. A receita desse tipo de bolo indigesto não tem segredo: no título usa-se como isca o nome das franquias moribundas. Basta lembrar de "Jason vs Freddy" e esse "Aliens vs Predador". Muitos podem dizer que esse tipo de produto nasceu no mundo dos quadrinhos. De fato isso é uma verdade. Mas até mesmo no mundo dos comics isso significa decadência comercial e artística. Quando as revistinhas começavam a não vender mais como antes os editores de quadrinhos colocavam o Batman para trocar socos com o Superman na DC Comics ou o Homem-Aranha saindo no braço com o Homem de Ferro na Marvel. É um engodo em essência, uma forma de resgatar personagens decadentes do limbo, do fracasso.

E assim chegamos a "Aliens vs Predador". Eu fico realmente entristecido em ver essas franquias entrarem em seu cemitério cinematográfico aqui, já que ambas as séries trouxeram muitas alegrias para os fãs de filmes Sci-Fi. Aliens sempre foi mais relevante do ponto de vista artístico, principalmente por causa do marcante primeiro filme, "Alien - O Oitavo Passageiro" assinado pelo brilhante e talentoso Ridley Scott. Idem para sua continuação "Aliens - O Resgate" dirigido pelo cultuada James Cameron. Até mesmo a terceira parte da franquia tinha seus méritos. Já o Predador entrou em declínio mais rapidamente. Depois de um marcante filme de ação nos anos 80 a série ainda teve um pequeno fôlego com sua continuação Predador 2 mas depois disso de fato foi ladeira abaixo. Dito isso não sobra muito o que comentar sobre esse filme "Aliens vs Predador". É uma bobagem, tendo no elenco um grupo de atores desconhecidos e sem talento, que no final das contas só estão lá para morrerem de uma forma industrial, muitas vezes sem qualquer empolgação. Diversão fast food da pior espécie. Nem como produto trash funciona. Era mesmo melhor que esses dois monstros tivessem morte mais digna nas salas de cinema. "Aliens vs Predador" é a pior das tumbas cinematográficas.

Aliens vs. Predador 2 (AVPR: Aliens vs Predator - Requiem, Estados Unidos, 2007) Direção: Colin Strause, Greg Strause / Roteiro: Shane Salerno, Dan O'Bannon / Elenco: Steven Pasquale, Reiko Aylesworth, John Ortiz / Sinopse: Aliens e Predadores se enfrentam numa pequena cidade americana.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Terror em Silent Hill

Filme de terror que acabou dando origem a uma nova franquia no cinema, para surpresa de muita gente que não colocava muito fé na produção. Como é baseado em um game popular toda a trama soa até bem simples. Veja que enredo básico. Uma mãe sai em uma busca desesperada do paradeiro de sua filha desaparecida, dentro dos limites de uma cidade estranha e desolada, chamada Silent Hill. Conforme ela entra naquele lugar escuro, sombrio e com névoa eterna, ela vai encontrando seres e criaturas bem esquisitas que definitivamente não parecem ser desse mundo. Provavelmente ele atravessou a cortina que separa o universo dos vidos, da dos mortos. O problema é que são entidades perigosas, que habitam as trevas. Sair viva de lá vai ser um grande desafio. "Terror em Silent Hill" é aquele tipo de filme em que você não deve se preocupar muito em termos de roteiro, atuação ou direção. O que vale aqui realmente é agradar aos fãs do jogo de terror e isso, em razão das péssimas adaptações feitas nos últimos anos, era um desafio e tanto a se superar.

Falando sinceramente praticamente quase todos os filmes baseados em games foram ruins. Poucos se salvaram. A boa notícia é que o diretor Christophe Gans conseguiu superar essa barreira. Ele obviamente passou longe de criar uma obra prima do terror, mas em compensação realizou um filme correto, equilibrado, que conta (bem) seu enredo de forma simples e sem exageros desnecessários. Quem diria que isso tudo iria resultar em bom cinema? Agora, o que se sobressai mesmo em "Silent Hill" é a sua maravilhosa direção de arte, figurinos e maquiagem. A sucessão de monstros que desfilam na tela realmente impressiona pela originalidade. São seres bizarros, disformes, sem paralelo. Some-se a isso um filme curto, eficiente e bem feito e você certamente terá um bom divertimento pela frente. "Terror em Silent Hill" é angustiante na medida certa e funciona muito bem para quem deseja ter alguns bons sustos. Vale a recomendação. 

Terror em Silent Hill (Silent Hill, Estados Unidos, 2006) Direção: Christophe Gans / Roteiro: Roger Avary / Elenco: Radha Mitchell, Laurie Holden, Sean Bean / Sinopse: O filme conta a história da trajetória de uma mãe desesperada em encontrar sua filha desaparecida em uma cidade abandonada e sinistra. Filme baseado e adaptado do famoso jogo de vídeogame. Indicado ao prêmio do Fangoria Chainsaw Awards em cinco categorias, entre elas Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem e Melhores Efeitos Especiais.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de dezembro de 2023

Os Agentes do Destino

David Norris (Matt Damon) é um candidato ao senado dos Estados Unidos que descobre estar sendo seguido de perto por estranhos e misteriosos homens que tentam manipular os acontecimentos e eventos de sua vida, numa verdadeira manobra de controle do destino. Algumas coisas me incomodaram no roteiro. Não li a obra de Phillip K Dick e por isso não sei ao certo se os problemas são apenas do filme ou também do conto que lhe deu origem. O fato porém é que a premissa de tudo é um tanto absurda no meu ponto de vista. O filme parte do pressuposto de que todas as pessoas no mundo já possuem seu destino traçado, determinado em livros previamente escritos. Qualquer tentativa de sair dessa linha teria que ser corrigida por agentes (os tais agentes do destino, sujeitos com roupa ao estilo agente do FBI dos anos 50). No centro de tudo teríamos o personagem chamado no filme de presidente (que pelas insinuações do argumento tudo leva a crer tratar-se de quem você está pensando mesmo ou uma entidade equivalente ao Deus judaico cristão). 

Não é complicado ver como seria o caos se algo assim realmente comandasse nossas vidas. Se para impedir um namorico como é mostrado no filme são necessários centenas de agentes do destino imagine monitorar tudo o que acontece em nossas vidas? Além do mais essa visão (Calvinista, diga-se de passagem) cai no paradoxo de que se tudo já é predeterminado então para que a existência dos seres humanos? Aonde foi parar o livre arbítrio de todos nós? Qual é o propósito de nossas vidas? Nenhum obviamente. Tirando as questões filosóficas que emergem do argumento do filme temos um produto que cai na falta de foco várias vezes apesar dos esforços de seus realizadores. É a tal coisa, ou o filme de ficção segue uma linha mais intelectual, intuitiva, ou então que siga pelo caminho da ação desenfreada. Tentar unir essas duas coisas ao mesmo tempo não costuma dar muito certo e é justamente o que acontece aqui. O roteiro não sabe se desenvolve melhor o tema dos agentes do destino ou se abraça as sequências de ação de uma vez por todas. No meio da indecisão o filme ora ganha ritmo frenético, ora cai no marasmo. Damon não está convincente em seu papel que diga-se de passagem exigiria um ator mais velho com cara de durão (ele é jovem demais para ser candidato ao senado dos EUA, cargo que é disputado por veteranos da política americana). Já Blunt não tem muito o que fazer em cena. Em conclusão é isso, "Os Agentes do Destino" tenta agradar ao mesmo tempo os interessados na obra de Dick (um autor intelectual por excelência) e os fãs de filmes de ação e termina por não satisfazer nenhum dos dois grupos.  

Os Agentes do Destino (The Adjustment Bureau, Estados Unidos, 2011) Direção: George Nolfi / Roteiro: George Nolfi baseado no conto de Philip K Dick / Elenco: Matt Damon, Emily Blunt, Michael Kelly / Sinopse: David Norris (Matt Damon) é um candidato ao senado dos Estados Unidos que descobre estar sendo seguido de perto por estranhos e misteriosos homens que tentam manipular os acontecimentos e eventos de sua vida, numa verdadeira manobra de controle do destino.  

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Anjos da Noite

Título no Brasil: Anjos da Noite
Título Original: Underworld
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Len Wiseman
Roteiro: Kevin Grevioux, Len Wiseman
Elenco: Kate Beckinsale, Scott Speedman, Shane Brolly

Sinopse:
Selene (Kate Beckinsale), uma bela guerreira vampira, acaba se envolvendo numa milenar guerra entre vampiros e lobisomens. Por ser uma criatura da noite ela acaba se alinhando ao lado dos clãs vampirescos mas não consegue deixar de lado uma indisfarçável paixão para com Michael Corvin (Scott Speedman) que nas noites de lua cheia se torna um sanguinário lobisomem.

Comentários:
Como o tempo passa rápido! Lá se vai mais de um década da estréia da franquia "Underworld" nos cinemas. Tudo começou justamente com essa produção que foi lançada sem grandes pretensões mas que acabou caindo no gosto do público americano. Há uma clara tentativa de aproximar a mitologia dos vampiros e lobisomens com as novas tendências do cinema Sci-fi ao estilo "Matrix". Até os figurinos nos lembram disso. O enredo também tem um jeitão de adaptação de quadrinhos que deixa tudo com um estilo muito pop pipoca, o que desagradou a alguns fãs mais tradicionalistas do gênero horror. Em certos momentos também lembra o mal sucedido "Van Helsing" que curiosamente não deu certo nas bilheterias mas inaugurou um novo estilo, com muitos efeitos digitais e pouco roteiro. No final das contas quem segura o filme mesmo é o carisma da atriz Kate Beckinsale que aqui contracena com o galã televisivo da série "Felicity", Scott Speedman. Os efeitos ficariam melhores nos próximos filmes mas esse aqui já tem todos os ingredientes que fizeram o sucesso da franquia nos anos seguintes. Vale a pena rever para tentar entender porque a série deu tão certo, mesmo não havendo nenhuma obra prima entre as sequências.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de dezembro de 2023

Oblivion

Está chegando nas telas o novo filme do astro Tom Cruise. Desde que rompeu com a Paramount o ator vem tentando colocar sua carreira nos eixos novamente. Depois do sucesso de seu último “Missão Impossível” ele finalmente voltou a cair nas graças dos grandes estúdios, se tornando novamente um nome forte nas bilheterias. Agora mira no público Sci-Fi nessa nova ficção futurista passada no distante ano de 2077. A Terra está devastada após anos de guerras e tragédias, o que sobrou do planeta são apenas resquícios de matéria prima ao qual cabe a Jack Harper (Tom Cruise) dar a devida segurança para que sejam extraídos e levados até uma colônia lunar. Tudo corre relativamente bem até que Jack encontra uma sobrevivente (Olga Kurylenko) dentro de uma nave em ruínas após um acidente. Estranhamente essa desconhecida consegue criar um vínculo sensorial, de complicada explicação, com ele. Aos poucos Harper vai percebendo que nem tudo é o que aparenta ser naquele ambiente hostil e devastado.

Esse “Oblivion” não deixa de ser um filme muito bem produzido, interessante, com uma inovadora direção de arte, realmente inspirada, tudo intercalado com algumas ótimas cenas de ação (a Terra devastada também é habitada por alienígenas que percorrem o planeta em busca de recursos vitais). Tom Cruise parece bem à vontade na pele de um misto de soldado e engenheiro que tem que garantir segurança enquanto os últimos recursos da Terra são extraídos. O que complica "Oblivion" é querer se passar por algo que definitivamente não é. O problema é que em determinado ponto do filme o argumento se torna pretensioso, querendo criar um subtexto que chega a lembrar até mesmo grandes clássicos do cinema como “2001”. Essa pretensão sem sentido acaba tornando a trama extremamente confusa (e chata, para dizer a verdade). Obviamente que o diretor Joseph Kosinski passa longe de ser um Stanley Kubrick e por isso tudo acaba indo por água abaixo. Sem saber direito para onde ir o cineasta, depois de promover uma “reviravolta forçada”, tenta consertar o estrago alongando a estória além do necessário, quebrando seu ritmo e cansando o público, que aqui obviamente é aquele que consome “blockbusters” em série, ou seja, nada interessado em roteiros “cabeças” ou profundos demais. A solução de tudo também soa tão decepcionante, quase bobo! Assim “Oblivion” perde a ótima oportunidade de ser apenas uma ficção eficiente, bem realizada, para se tornar um produto que afundou por causa de suas próprias pretensões sem cabimento. Faltou mesmo talento para ir até onde o argumento exigia.

Oblivion (Oblivion, Estados Unidos, 2013) Direção: Joseph Kosinski / Roteiro: Joseph Kosinski, William Monahan / Elenco: Tom Cruise, Morgan Freeman, Nikolaj Coster-Waldau, Olga Kurylenko / Sinopse: No ano de 2077 a Terra está devastado. Participando de uma missão no planeta Jack Harper (Tom Cruise) acaba encontrando uma sobrevivente de uma nave espacial acidentada. Esse encontro mudará completamente os rumos de sua vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Poltergeist - O Fenômeno

Título no Brasil: Poltergeist - O Fenômeno
Título Original: Poltergeist
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Steven Spielberg, Michael Grais
Elenco: JoBeth Williams, Heather O'Rourke, Craig T. Nelson

Sinopse: 
Uma típica família americana é abalada quando sua pequena filha começa a manifestar poderes estranhos. Ela consegue abrir um meio de se comunicar com entidades paranormais que entram em contato com ela de forma violenta e incontrolável pela tela da TV. Para combater o mal eles recorrem a uma pessoa com mediunidade que lhes informa que o problema vem do local onde a casa teria sido construída, um antigo cemitério secular. "Eles estão Aqui!"

Comentários:
Esse é um dos grandes clássicos do cinema de horror americano. Na época Spielberg tinha planos de dirigir o filme, afinal o roteiro era de sua autoria mas teve que abrir mão disso por causa da agenda extremamente ocupada (o diretor estava em uma das fases mais brilhantes de sua carreira, inclusive cuidando da direção de um de seus mais lembrados filmes, "E.T. O Extraterrestre"). A direção então foi dada a Tobe Hooper de "O Massacre da Serra Elétrica" e "Pague Para Entrar, Reze Para Sair". Podemos apenas supor como teria ficado o filme sob direção de Spielberg mas não podemos negar que Hooper fez um excelente trabalho. Ele caprichou no clima, no desenvolvimento dos personagens e nas cenas de horror, todas contextualizadas e bem colocadas na trama. O sucesso foi tamanho que rendeu continuações, nenhuma porém tão boa e bem realizada como essa. Em termos de elenco o destaque vai para a garotinha Heather O'Rourke que era realmente muito talentosa. Infelizmente morreu muito cedo, sem ter a chance de fazer a transição para uma carreira adulta. Até hoje ela ainda é muito lembrada por sua atuação aqui, afinal em muitos momentos Heather contracena apenas com si mesma, em ótima performance. "Poltergeist - O Fenômeno" é certamente um dos mais bem realizados filmes de terror de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A Mosca

Na década de 1950 o cinema de ficção americano deu origem a uma série de filmes maravilhosamente nostálgicos onde conviviam lado a lado o medo das novas tecnologias com a criação de monstros sedentos de sangue. Um dos mais significativos nesse sentido foi o clássico “A Mosca da Cabeça Branca" de 1958. O enredo era um charme. Um cientista em busca da possibilidade de transportar matéria entre dois pontos eqüidistantes acabava entrando em sua própria máquina. Era sua tentativa de transformar o teletransporte em uma realidade. Por um erro porém um inseto, uma mosca, entrava dentro do compartimento na mesma hora em que a experiência era realizada. Diante da situação de ter dois corpos diversos para transportar a máquina de teletransporte acabou criando uma fusão entre o DNA humano e o da mosca, criando nesse processo um monstro. O cientista assim via se transformando no inseto aos poucos, vendo seu organismo passar por um terrível processo de transformação. No filme original a mudança acontecia na cabeça e nas mãos do cientista apenas, já nesse remake realizado praticamente trinta anos depois, já na década de 1980, a fusão se tornava completa transformando o corpo do cientista em uma matéria disforme, apodrecida, deformada.

O diretor David Cronenberg criou assim uma obra aterrorizadora que chamou muito a atenção em seu lançamento por causa da maquiagem perfeita do monstro. Desnecessário dizer que a fita logo se tornou um grande sucesso de bilheteria nos cinemas e depois repetiu o êxito quando chegou nas locadoras de fitas VHS (no auge do sucesso do videocassete). O ator Jeff Goldblum passou certamente por um processo dos mais dolorosos pois a maquiagem pesada em determinado momento do filme tomou conta de todo o seus corpo. Eram horas e horas de maquiagem, o que no final acabou valendo muito a pena haja visto o resultado que vemos nas telas. É curioso que “A Mosca” mesmo sendo produzido em uma era pré-digital consegue ser muito mais verossímil e convincente do que os filmes atuais feitos com tecnologia de computação gráfica. A sensação de se ver algo real, na tela, mesmo que seja uma maquiagem cinematográfica, causa certamente maior impacto no público. Assim não deixe de ver esse pequeno clássico do cinema de terror dos anos 80 – e por favor esqueça sua péssima continuação, “A Mosca 2” que realmente é um horror de filme (no mal sentido).

A Mosca (The Fly, Estados Unidos, 1986) Direção: David Cronenberg / Roteiro: George Langelaan, Charles Edward Pogue / Elenco: Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz / Sinopse: Cientista tenta chegar ao teletransporte mas por um erro acaba tendo seu DNA fundido a de uma mosca que adentrou a máquina no momento em que se realizava seu teletransporte de matéria. Agora terá que lidar com as terríveis transformações pelas quais passa seu novo organismo.

Pablo Aluísio

sábado, 25 de novembro de 2023

Jogos Mortais 2

Título no Brasil: Jogos Mortais 2
Título Original: Saw II
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Leigh Whannell, Darren Lynn Bousman
Elenco: Donnie Wahlberg, Beverley Mitchell, Franky G

Sinopse:
O Detetive Eric Matthews (Donnie Wahlberg) investiga um assassinato quando acaba descobrindo o envolvimento do psicopata Jigsaw (Tobin Bell) no crime mas não isso não é tudo: ele também mantém sete pessoas presas, envolvidas em um novo jogo mortal onde precisam localizar um antídoto contra um gás mortal que será lançado neles, caso não consigam vencer o desafio. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Segundo filme da franquia "Saw". Até hoje fico surpreso com a enorme quantidade de filmes que foram lançados em cima do personagem Jigsaw em tão pouco tempo. Esse aqui ainda mantém a qualidade que fez a fama da série. As armações de Jigsaw são bem armadas, verdadeiras armadilhas assassinas. O filme tem um bom roteiro e na direção o toque do jovem e talentoso cineasta Darren Lynn Bousman que acabou agradando tanto ao estúdio que voltaria à franquia com "Jogos Mortais 3" em 2006 e "Jogos Mortais 4" em 2007. No geral é mais um gore violento e sanguinário, o que convenhamos é justamente o que espera o público alvo desse tipo de fita. No final das contas a criatividade na idealização das mortes e o jogo sádico de Jigsaw são os principais fatores que conseguem manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan
Título Original: Star Trek: The Wrath of Khan
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Nicholas Meyer
Roteiro: Gene Roddenberry, Harve Bennett
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, Ricardo Montalban, DeForest Kelley, George Takei, Walter Koenig, James Doohan

Sinopse:
Enquanto o capitão Kirk (Shatner) se ocupa do treinamento de novos membros da frota estelar, seu inimigo de longa data, o guerreiro Khan (Montalban), se prepara para colocar as mãos no projeto da frota chamado Gênese cuja finalidade é criar vida sustentável em planetas distantes e inóspitos. Sem alternativas Kirk então resolve retomar o comando da nave Enterprise para enfrentar Khan em um novo e terrível combate.

Comentários:
O primeiro filme de Jornada nas Estrelas para o cinema dividiu opiniões. Alguns gostaram de sua trama mais cabeça, quase ao estilo de "2001", já outros qualificaram o filme de chatice. De fato era um enredo mais cerebral, sem tanta enfase na aventura. Foi justamente nisso que os produtores pensaram ao realizar esse segundo filme pois "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" tinha muito mais ação, confrontos e batalhas pelo espaço, afinal de contas o vilão Khan estava de volta. Ele havia surgido na série clássica pela primeira vez no episódio "Space Seed" de 1967. Logo na sua primeira aparição já conquistou os fãs da série. Era um vilão muito visceral, instintivo e guerreiro que elevou esse episódio à categoria de ser um dos melhores da série original. Na ocasião havia sido interpretado pelo mesmo Ricardo Montalban e já que a intenção desse filme era recuperar o espírito dos episódios de TV nada mais natural do que trazer o personagem e o ator que marcaram tanto. O resultado dessa nova mentalidade se mostrou certeira. O filme de fato é excelente. Bem distante da racionalidade do primeiro "Jornada nas Estrelas - O Filme" esse segundo aposta mesmo no clima de matinê, algo que foi bastante elogiado na época. Khan mais parece um antigo vilão dos filmes de Flash Gordon e isso fez toda a diferença. O diretor Nicholas Meyer era um especialista, já tendo dirigido alguns pequenos clássicos Sci-fi como por exemplo "Um Século em 43 Minutos" e "The Day After". Ele inclusive voltaria à série em "Jornada nas Estrelas VI - A Terra Desconhecida" mas essa é uma outra história. Aqui certamente conduziu tudo com muito talento. De qualquer forma, como reza a lenda, os episódios de números pares de Star Trek sempre foram considerados os melhores, pois bem, esse filme aqui mostra e confirma o que dizem dos filmes de Jornada nas Estrelas no cinema já que inegavelmente é um dos melhores da série.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de novembro de 2023

Rogai por Nós

Um jornalista freelancer (com fama de picareta), em busca de uma boa história sensacionalista para vender, vai parar numa cidadezinha do interior dos Estados Unidos. A sobrinha de um padre local afirma estar vendo aparições da Virgem Maria. Logo a notícia se espalha e pessoas começam a chegar na região em busca de milagres. A suposta aparição Mariana estaria acontecendo próximo a um velho tronco de árvore, há muito abandonado. Aquela árvore havia sido usada no passado para queimar viva uma bruxa, no século XVII. Seria aquelas manifestações paranormais fruto da aparição de Maria ou teria natureza puramente satânica?

Esse novo filme de terror é uma decepção. Perceba que a premissa da história é até muito boa, interessante. Entretanto os roteiristas estragaram tudo. Seu grande erro foi apresentar um roteiro que subestima a inteligência do espectador. Tudo é tão explicadinho que fica parecendo que os roteiristas tinham certeza que o público que veria o filme não seria dos mais inteligentes. Além disso o filme opta por ser apenas mais um filminho de monstro. Poderia ter trabalhado muito bem a questão do mistério das aparições, ter feito inclusive um excelente filme de suspense em cima disso. Porém optaram mesmo pelo velho esquema de apresentar um monstrengo de efeitos digitais. Que pena, desperdiçaram uma boa história, transformando esse "Rogai por Nós" em uma grande bobagem. Vade retro...

Rogai por Nós (The Unholy, Estados Unidos, 2021) Direção:  Evan Spiliotopoulos / Roteiro: Evan Spiliotopoulos, James Herbert / Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Cricket Brown, William Sadler, Marina Mazepa / Sinopse: Jornalista picareta, em busca de alguma notícia sensacionalista, acaba indo parar numa cidadezinha onde uma jovem afirma ver aparições de Nossa Senhora. Mas será que seria mesmo Maria ou algo demoníaco?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

E.T. - O Extraterrestre

Alguns filmes marcaram para sempre a história do cinema. Um deles foi "E,T. - O Extraterrestre". Para os mais jovens é complicado entender o impacto que "E.T" teve em seu lançamento. Na época ele foi considerado uma obra tão inovadora e impactante dentro da cultura pop quanto "Star Wars" ou "Star Trek". De fato essa é a obra prima definitiva da carreira de Steven Spielberg, um filme tão especial para ele pessoalmente que o diretor recusou verdadeiras fortunas para rodar uma sequência (algo que era muito comum na década de 80). Como bem esclareceu o próprio Spielberg "E.T." era um filme completo em si mesmo, uma fábula que conseguia reunir fantasia, Sci-fi e drama em um só pacote. Além disso trazia em seu roteiro todos os temas que sempre foram tão importantes para o cineasta: a infância, o fim da inocência, os problemas familiares. A família mostrada em cena se parecia até demais com a própria família de Spielberg. O personagem Elliott (Henry Thomas) era de certa forma um espelho do garoto Spielberg. 

Não é para menos que o diretor ganhou na época um de seus apelidos mais duradouros, o de ser o verdadeiro "Peter Pan" do cinema. Um diretor que se recusava a abandonar seu universo particular e crescer como todos os demais. O filme custou em torno de 10 milhões de dólares e rendeu até hoje quase 1 bilhão em receitas. Além das bilheterias "E.T" virou uma febre, uma marca que foi utilizada em inúmeros produtos comerciais. O lucro foi tão formidável que Spielberg se daria ao luxo de anos depois criar seu próprio estúdio e seu próprio império de entretenimento (Amblin Entertainment). Além de ser uma das produções mais lucrativas da história em todos os tempos "E.T." renovou de uma vez por todas o chamado cinema blockbuster de Hollywood. Essa transformação vinha desde o sucesso de "Tubarão" do próprio diretor e se consolidou com os filmes de George Lucas. Eram releituras dos antigos filmes de matinê que fizeram a alegria desses cineastas quando crianças. Eles retiraram a essência daqueles antigos filmes e os recriaram para as novas gerações. A fórmula se mostrou extremamente bem sucedida. Em uma era pré-digital em termos de efeitos especiais a equipe de "E.T." conseguiu um feito e tanto trazendo veracidade e personalidade a um boneco analógico. Em nenhum momento a criatura demonstra ser inconvincente ou mal feita, pelo contrário. O design do personagem acaba se tornando cativante para as crianças. Além disso seu encontro com o garotinho terrestre rende ótimos momentos. Algumas das cenas de "E.T." inclusive entraram para a história do cinema! Como esquecer a fuga das bicicletas ou o primeiro encontro do Extraterrestre com Elliot? Quem foi garoto na época do filme jamais esquecerá desses momentos. O roteiro também trouxe uma das despedidas mais emocionais do cinema, um adeus que fez muita gente chorar no cinema! Spielberg que sempre jogou com as emoções de seu público aqui realmente se superou. Enfim, não há muito mais o que falar. Definitivamente "E.T" é o filme que marcará para sempre a carreira de Steven Spielberg e a história do cinema americano.  

E.T. - O Extraterrestre (E.T.: The Extra-Terrestrial, Estados Unidos, 1982) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Melissa Mathison / Elenco: Henry Thomas, Drew Barrymore, Peter Coyote, Dee Wallace, C. Thomas Howell, Robert MacNaughton / Sinopse: Um Extraterrestre é deixado na terra e cria uma amizade especial com um garotinho terrestre, Elliot (Henry Thomas).  

Pablo Aluísio.

sábado, 11 de novembro de 2023

It: A Coisa

Falou-se bastante que Stephen King já não era mais um nome de apelo comercial nos cinemas. Realmente fazia tempo que um filme com seu nome no cartaz havia feito sucesso. Então essa nova versão para um antigo livro do escritor chegou nas telas de cinema de todo o mundo em 2017 e virou um enorme êxito de bilheteria, faturando mais de 500 milhões de dólares ao redor do mundo. Nada mal. Com esses números já é o filme de maior sucesso de Stephen King para o cinema. O mais interessante para o estúdio é que o filme só traz parte da trama do livro original. Ainda há toda uma segunda parte prontinha para ser adaptada em um futuro próximo (segundo algumas fontes serão mais dois filmes e não apenas um para dar continuação na estória!).

Eu particularmente gostei bastante dessa nova versão. Esse livro já tinha sido adaptado nos anos 90 para uma minissérie que inclusive foi lançada em VHS no Brasil na época, mas nada realmente se compara com esse novo filme. O diretor Andy Muschietti acertou em cheio. Ele recuperou parte das características de muitos filmes dos anos 80, aliando tudo aos efeitos especiais mais modernos do mundo atual. O palhaço inclusive bate fundo no imaginário do público - até porque muitas pessoas desenvolvem esse medo de palhaços logo na infância. Provavelmente seja um dos personagens mais bem bolados da obra de King. A cena dele no bueiro, com o garotinho sendo convidado a ir até lá, na escuridão, para pegar balões de circo, já está inserida na cultura pop de forma definitiva. O segundo filme muito provavelmente não terá o mesmo impacto, já que a segunda parte do livro já não é tão boa quanto essa primeira, mas mesmo assim vale conferir. Stephen King não pode mais ser subestimado no mundo do cinema. Não depois desse "It".

It: A Coisa (It, Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, baseados no best seller escrito por Stephen King / Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard / Sinopse: Um grupo de garotos descobre que uma estranha criatura sobrenatural está aterrorizando sua cidade nos anos 80. Eles a chamam simplesmente de "It" (a coisa). Essa entidade que veio diretamente do inferno parece se alimentar do medo alheio, assumindo as mais diversas formas para espalhar o horror. Filme vencedor do Golden Trailer Awards na categoria de Melhor Trailer do ano - Filme de Terror.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Guerra nas Estrelas

Título no Brasil: Guerra nas Estrelas
Título Original: Star Wars
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: George Lucas
Roteiro: George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Alec Guinness, Peter Cushing

Sinopse:
Luke Skywalker (Mark Hamill) é um jovem que mora em um pequeno e desértico planeta do universo. Sua vida é banal e sem grandes emoções até que tudo muda ao se envolver na guerra que está sendo travada entre forças rebeldes e o poderoso império  intergalático que deseja dominar todo o universo. Ao lado do aventureiro e mercenário Han Solo (Harrison Ford) ele parte para libertar a Princesa Leia Organa (Carrie Fisher) das mãos do terrível e cruel Darth Vader (David Prowse) na estrela da morte.

Comentários:
É seguramente um dos filmes mais influentes da história do cinema em todos os tempos. Muitos não param para pensar sobre isso, mas tudo o que você assiste hoje em dia em termos de blockbusters e filmes de fantasia e pura diversão, tem ligação direta com "Star Wars". Lançado no distante verão de 1977, o filme causou tanto impacto na cultura pop que mudou até mesmo a face do cinema americano após seu lançamento. Esse tipo de produção havia sido deixada de lado desde os anos 1950, pois Hollywood após essa década resolveu investir mesmo em dramas socialmente mais conscientes. "Star Wars" trouxe assim de volta o gosto pelo cinema como pura diversão, aventura e universos fantásticos. George Lucas soube com raro brilhantismo reunir tudo o que tinha visto em sua infância e adolescência para criar um mundo completamente novo, uma realidade que deixou o mundo surpreendido na época por causa da criatividade, da originalidade e dos maravilhosos efeitos especiais, além da própria trama, que se revelava como uma saga muito bem orquestrada que sintetizava diversas mitologias da cultura universal. Um espetáculo realmente. 

Como se sabe o universo de "Star Wars" segue em frente. Adquirido pela Disney a saga está sendo renovada numa nova sequência de filmes, sem a presença de Lucas que sabiamente resolveu se aposentar. O primeiro a chegar foi "Star Wars - O Despertar da Força" que resgatou vários personagens desse primeiro filme como Luke, Leia e Han Solo. Sucesso absoluto, com mais de um bilhão de dólares em bilheteria, a produção provou a força desses personagens, mesmo após tantos anos passados. Agora surge uma ótima oportunidade parar rever a excelente trilogia original que começou tudo. Prefira as versões originais, sem as novas intervenções de Lucas em que ele procurou modernizar os efeitos visuais da época do lançamento original. Enfim, "Star Wars" de 1977 é seguramente um dos cinco filmes mais importantes da história da ficção do cinema americano. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhores Efeitos Especiais e Melhores Efeitos Sonoros. Indicado ao Oscar ainda nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Alec Guinness), Melhor Direção (George Lucas) e Melhor Roteiro Original. Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora Original (John Williams).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Terror em Amityville

Roteiro e Argumento: O roteiro do filme segue o livro no qual foi baseado. Esse livro foi escrito pela primeira família que foi morar na casa após o massacre ocorrido lá. Como se sabe sem motivo aparente Ronald "Butch" Júnior matou toda sua família a tiros de espingarda. Depois desse crime horrível a casa ganhou fama de ser mal assombrada. Os primeiros moradores a comprarem a casa foram os Lutz, que relataram vários acontecimentos estranhos quando se mudaram para lá. Claro que o filme carrega nas tintas mas de maneira em geral o roteiro consegue ser menos sensacionalista do que era de se esperar.

Produção: O filme investe bastante naquele que parece ser o principal personagem aqui: a própria casa. Assim usando jogos de luzes e sombras a produção tenta criar toda uma atmosfera pesada no local. Não há muitos efeitos especiais como era de se esperar numa produção da década de 70. O grande destaque no final das contas fica com a trilha sonora incidental de Lalo Schifrin. Aquele coro infantil seria copiado a exaustão nos anos seguintes e é certamente assustador. A música sozinha é responsável pela metade do clima de terror do filme. Muito boa.

Direção: Depois de uma boa parceria ao lado de atores como Paul Newman e Robert Redford o diretor Stuart Rosenberg resolveu voltar ao terror e suspense, gênero que ele trabalhou bastante quando era diretor de tv. Seu trabalho aqui pode ser definido como correto. Ele investe bastante na chamada "climatização", embora na minha opinião o filme perca parte de seu charme nas cenas finais (bem exageradas e apelativas). Teria sido bem melhor se tudo continuasse apenas na expectativa e no suspense.

Elenco: O grande destaque vai para Rod Steiger no papel de padre Delaney. Infelizmente o personagem se mantém coadjuvante até o final. Eu esperava que ele tomasse as rédeas da situação mas isso não acontece. De qualquer forma sua interpretação ainda é a melhor coisa do filme. Margot Kidder, recém saída do sucesso de Superman aparece em cena com muitas caras e bocas mas apesar disso não compromete, já o ator James Brolin (pai do Josh Brolin) está muito bem. Com aquela estética bem anos 70 (barbudo e pouco chegado num banho) o ator consegue criar uma boa atmosfera em torno do seu personagem.

Terror em Amityville (The Amityville Horror, Estados Unidos, 1979) Direção Stuart Rosenberg / Roteiro Sandor Stern / Elenco: James Brolin, Brad Davis, Margot Kidder, Rod Steiger, Don Stroud e Murray Hamilton / Sinopse: Família se muda para uma casa onde ocorreu um terrível crime em que o filho matou seus pais e seus irmãos a tiros. Após alguns dias na nova moradia eles começam a perceber a presença de estranhos eventos no local.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

2001: Uma Odisséia no Espaço

Stanley Kubrick não foi um diretor convencional e nem tampouco um diretor de fácil digestão. Ele não estava nem um pouco interessado em fazer um cinema que fosse acessível a todos os tipos de públicos. Pelo contrário, Stanley Kubrick fazia cinema para ele mesmo e para um seleto grupo de admiradores de seu estilo. Para muitos essa ficção foi sua maior obra prima. O filme pelo qual ele sempre será lembrado. E de fato não era algo fácil a transposição para o cinema do famoso livro de Arthur C. Clarke. Kubrick fez uma bela adaptação para a sétima arte, entretanto é bom saber, de antecedência, que o filme parte da premissa que o espectador conheça pelo menos um pouco o livro original, leu alguns capítulos. Caso contrário a coisa começa a parecer sem muito sentido realmente.

Outro ponto é que o roteiro também espera que aquele que vai assistir ao filme saiba, nem que seja um pouquinho, sobre astronomia e astrofísica. Conceitos como espaço x tempo, buracos negros, viagem na velocidade da luz, múltiplas dimensões, tudo isso é jogado na tela. Outra discussão muito interessante se refere ao tema da inteligência artificial. Até que ponto dotar uma máquina da capacidade de pensar por si mesma seria seguro para a humanidade? Bom, pelos exemplos dados já deu para ter uma ideia da complexidade desse filme. É sem dúvida uma das maiores ficções da história do cinema. E esse título não foi lhe dado em vão, pelo contrário, temos aqui grande cinema de fato.

2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey, Estados Unidos, 1968) Direção: Stanley Kubrick / Roteiro: Stanley Kubrick, baseado na obra de Arthur C. Clarke / Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester / Sinopse: Depois de descobrir um misterioso artefato enterrado sob a superfície lunar, a humanidade parte em uma busca para encontrar suas origens com a ajuda do supercomputador inteligente denominado H.A.L. 9000.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de outubro de 2023

Invocação do Mal 3

Gostei desse novo filme da franquia "The Conjuring". Muito se diz que geralmente filmes de número 3 são bem ruins. Bom, de certa forma isso aconteceu em muitas franquias cinematográficas, mas aqui temos uma exceção. O filme é realmente muito bom. Aliás é o mais sombrio e dark de todos os dessa linha. É verdade que alguns andam criticando o roteiro, por ser em muitos aspectos, bem distante da história real. Pois essas pessoas deveriam entender que "Invocação do Mal 3" não é um documentário! É um filme de entretenimento, puro cinema, e nesse aspecto se sai muito bem.

A história real para falar a verdade tem tantos eventos diferentes e tantos envolvidos que os roteiristas tiveram que dar uma enxugada em tudo. E eles fizeram um bom trabalho nesse aspecto, pois a história contada aqui flui de forma natural. O ritmo não decai nunca e a diversão se torna garantida. Até mesmo a iniciativa de se criar uma vilã, uma bruxa, filha de um padre, soou muito bem bolada. E como não poderia deixar de ser há também criaturas bem produzidas, como a do homem morto com obesidade mórbida que se levanta de sua cama de necrotério. Os sustos assim ficam todos garantidos. Penso até que esse é certamente um dos melhores filmes dessa longa e produtiva franquia de filmes de terror. É o fino da bossa, digo, do horror americano da atualidade.

Invocação do Mal 3: A Ordem Do Demônio (The Conjuring: The Devil Made Me Do It, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Chaves / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ruairi O'Connor, Sarah Catherine Hook, Julian Hilliard, Steve Coulter, Vince Pisani / Sinopse: O casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Formiga) se envolvem em mais um caso sobrenatural envolvendo um garoto possuído pelo demônio, um padre aposentado e sua filha, que se tornou uma sacerdotisa do ocultismo.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de outubro de 2023

Guerra dos Mundos

O original é um dos grandes clássicos do cinema sci-fi americano da década de 50. Esse aqui é o badalado remake que foi realizado com orçamento milionário, tendo no elenco o astro Tom Cruise e na direção o aclamado Steven Spielberg. Curiosamente os produtores optaram por um roteiro bem fiel ao primeiro filme, com algumas mudanças, é óbvio, mas também com uma postura de respeito e veneração pela obra original. O enredo todos conhecemos. De repente o nosso pequeno planeta Terra recebe visitantes nada simpáticos, vindos do universo com o firme propósito de destruir a humanidade e explorar os recursos naturais do nosso ecossistema. A primeira vez que assisti “Guerra dos Mundos” me lembrei de um programa Cosmos em que o excelente Carl Sagan questionava se era realmente uma boa idéia tentar entrar em contato com vida inteligente no universo, caso ela existisse. Isso porque a humanidade poderia virar alvo de uma raça superior do ponto de vista tecnológico.

Pois é justamente isso que temos aqui. Dirigido por Steven Spielberg o filme era a aposta de Cruise para voltar ao topo das maiores bilheterias. O fato é que remakes que ousam mexer com filmes consagrados do passado sempre correm o risco de se darem mal. A crítica torceu o nariz para a produção mas a união de Spielberg, Cruise e efeitos especiais de última geração se mostraram imbatíveis nas bilheterias. O filme se tornou um grande sucesso, chegando quase aos 600 milhões de dólares em faturamento. Mesmo com todo esse êxito comercial a produção ainda não consegue, mesmo nos dias de hoje, agradar aos especialistas no gênero que a consideram megalomaníaca e desprovida de alma. De qualquer forma como puro e simples entretenimento o novo “Guerra dos Mundos” cumpre o que promete. Se no primeiro filme o medo dos visitantes era uma metáfora da guerra fria, agora Spielberg manipula os acontecimentos em favor da mais simplória diversão pipoca. Se é isso que você procura então não deixe de conferir a essa nova visão do antigo clássico de ficção.

A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, Estados Unidos, 2005) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Josh Friedman, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Tim Robbins / Sinopse: O planeta Terra é invadido por terríveis seres espaciais que desejam se apoderar dos recursos naturais do ecossistema, destruindo a humanidade nesse processo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

A Hora do Lobisomem

Stephen King criou algumas das melhores estórias de terror da literatura americana. Aqui um de seus livros mais populares ganha uma bela versão para o cinema. Inicialmente o filme foi lançado comercialmente no Brasil com o nome de “A Hora do Lobisomem”, numa clara tentativa de pegar carona no grande sucesso “A Hora do Espanto”. Como se passa em quase todos os escritos de King aqui ele resolveu revitalizar o antigo monstro clássico, o Lobisomem. Fruto de uma maldição o homem afetado por essa sinistra síndrome (também conhecida por Licantropia) vira um ser monstruoso, meio homem, meio lobo. A origem da lenda é incerta mas está presente em praticamente todas as culturas o que leva a crer que teve uma origem comum em algum momento da história da humanidade. King não foge da tradição em nenhum momento. A única forma de abater a besta é usando prata – ou para ser mais eficiente, balas de prata. Esse aliás foi o título utilizado algumas vezes quando o filme foi reprisado em nossa TV aberta (“A Hora do Lobisomem” foi bastante exibido pelo canal SBT).  Em minha opinião essa produção segue sendo uma das melhores envolvendo o monstro folclórico. Não chega ao nível de um “Lobisomem Americano em Londres” mas se destaca pela ótima trama que joga o tempo todo com a verdadeira identidade do ser amaldiçoado. Afinal quem seria o monstro? Tenho certeza que quando ele foi revelado muita gente foi pega de surpresa pois o caso é nitidamente daqueles em que o personagem está acima de qualquer suspeita!

O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.

A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.

Pablo Aluísio. 

sábado, 21 de outubro de 2023

Gravidade

Título no Brasil: Gravidade
Título Original: Gravity
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Alfonso Cuarón
Roteiro: Alfonso Cuarón, Jonás Cuarón
Elenco: Sandra Bullock, George Clooney, Ed Harris

Sinopse:
Durante uma missão espacial de conserto do telescópio Hubble, uma tripulação americana passa por uma terrível situação ao ter que enfrentar os efeitos da destruição de um satélite espião russo no espaço. Seus detritos e destroços se tornam verdadeiras ameaças para a sobrevivência de todos. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Direção (Alfonso Cuarón), Efeitos Visuais, Edição de Som, Mixagem de Som, Fotografia, Edição e Trilha Sonora Original.

Comentários:
Nunca se viu na história do cinema uma missão espacial tão desastrosa como essa. Absolutamente tudo que poderia dar errado acaba acontecendo. É a lei de Murphy elevada à nona potência. Nem em "Apolo 13" vimos nada parecido. A diferença é que enquanto no filme estrelado por Tom Hanks víamos a reconstituição de uma missão espacial real, aqui em "Gravidade" tudo é ficção e onde há mera ficção a imaginação literalmente ganha asas. De fato o enredo é dos mais imaginativos que já vi e tudo aparece potencializado por uma qualidade técnica simplesmente perfeita, mostrando o nível técnico que o cinema americano alcançou! Claro que muita gente saiu do cinema reclamando pela falta de veracidade de tudo o que acontece mas pensem bem, a vocação de "Gravidade" é realmente de aventura. Estamos na presença de uma aventura espacial que se fosse realizada no passado distante poderia até mesmo ser estrelado por um Errol Flynn da vida.

Não é aquele tipo de filme de ficção que você deva levar muito à sério, pelo contrário, aqui o importante é curtir o show de efeitos digitais e o clima de aventura que atravessa o filme de ponta a ponta. Penso inclusive que "Gravidade" é o mais pipoca de todos os filmes indicados ao Oscar esse ano. Há um clima acentuamente fantasioso que deseja acima de tudo divertir sua platéia. Assim não adiante procurar por algo ao estilo "2001 - Uma Odisséia no Espaço", afinal "Gravidade" não tem essa pretensão. É, como eu disse, uma aventura espacial extremamente bem realizada e nada mais. E por fim o que dizer da Sandra Bullock? Bem, ela tem experiência em desastres, haja visto sua carreira. Bullock é totalmente irregular, concorre ao Oscar em um ano, ao Framboesa de Ouro no outro e segue em frente. Vai do céu ao inferno em questão de meses. Aqui ela praticamente segura o filme inteiro, pois os demais personagens são meramente secundários. Em vista disso merece elogios. Em conclusão temos aqui de fato uma produção extremamente bem realizada, com direção segura e que mantém o ritmo, certamente merecedora de todos os Oscars técnicos que venceu mas que tem em sua essência o puro entretenimento, sem maiores pretensões em se tornar um cult movie no futuro.

Pablo Aluísio.


quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Hellraiser II - Renascido das Trevas

Título no Brasil: Hellraiser II - Renascido das Trevas
Título Original: Hellbound: Hellraiser II
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: New World Pictures
Direção: Tony Randel, Clive Barker 
Roteiro: Peter Atkins
Elenco: Doug Bradley, Ashley Laurence, Clare Higgins

Sinopse:
Duas jovens garotas resolvem usar o cubo para irem até o inferno em busca do pai de uma delas. Uma vez nas trevas precisam enfrentar os sádicos e torturadores cenobitas, um médico psicopata e uma mulher enlouquecida pelas chamas eternas da noite eterna, comandadas pelo grande leviatã.

Comentários:
Sequência do cult Hellraiser! O criador de todo o conceito da saga, Clive Barker, acabou brigando com os produtores do estúdio durante os preparativos da continuação e por isso foi afastado, o que não impediu de ter sido creditado como roteirista, pois afinal de contas ele teria escrito todo o enredo dessa segunda parte. O filme foi bem recebido pela crítica em geral, mas os fãs dos cenobitas reclamaram pois o roteiro fazia inúmeras concessões no objetivo de tornar a fita mais comercial e aceita dentro do circuito mainstream. A principal crítica era referente à dupla de garotas que conseguia enfrentar os maiores demônios da escuridão e se sair bem, vivas! Um absurdo completo. O primeiro Hellraiser ficou conhecido por fugir desse tipo de clichê barato, com final feliz. Os adoradores do filme original queriam algo mais incisivo, forte mesmo, com tintas exageradas. De qualquer maneira, apesar do roteiro ser de certa forma medroso em ir até as últimas consequências, o filme ainda se mantém como um bom terror dos anos 80. Não chega a ser uma obra cult como o primeiro mas mantém o interesse, apesar de suas falhas.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de outubro de 2023

Contatos Imediatos do Terceiro Grau

Título no Brasil: Contatos Imediatos do Terceiro Grau
Título Original: Close Encounters of the Third Kind
Ano de Produção: 1977
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures      
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Spielberg
Elenco: Richard Dreyfuss, François Truffaut, Teri Garr

Sinopse:
Roy Neary (Richard Dreyfuss) é um pacato homem comum que se vê imerso numa situação extraordinária. Ele acaba criando uma obsessão por seres de outro planeta, algo que vai minando sua vida pessoal e familiar. Mas Roy pensa estar indo pelo caminho certo. Sua busca o levará a uma situação jamais imaginada. Filme indicado a nove prêmios da Academia, inclusive Melhor Direção, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Direção de Arte. Vencedor do Oscar de Melhor Fotografia (Vilmos Zsigmond). 

Comentários:
Um dos mais marcantes filmes da carreira de Steven Spielberg. O interessante é que tudo nasceu de um roteiro que ele havia escrito há muitos anos mas que não conseguia financiamento pois era um enredo de ficção que exigia um orçamento bastante generoso. O sucesso de seu filme anterior, o blockbuster "Tubarão", acabou lhe abrindo as portas para tocar em frente essa produção. Em certo sentido o enredo é uma homenagem ao filme "O Dia em que a Terra Parou" pois Spielberg sempre havia achado genial a forma como os extraterrestres tinham sido enfocados nesse clássico Sci-fi. Ao invés de monstros invasores, sedentos para dominar o planeta, eles eram retratados como fazendo parte de uma civilização superior que procurava entrar em contato com a humanidade para criar uma aliança de cooperação e fraternidade. O roteiro de "Close Encounters of the Third Kind" segue pelo mesmo caminho. Outro ponto muito positivo é que Spielberg não banaliza o encontro com os seres de outros planetas. Ele, ao contrário disso, cria todo um clima de suspense e ansiedade até o clímax que até hoje é lembrado. Na época Spielberg queria o que havia de melhor para a cena final e conseguiu, pois mesmo tendo se passado tantos anos a sequência ainda hoje impressiona pela qualidade técnica de seus ótimos efeitos especiais. Some-se a isso a brilhante trilha incidenal de John Williams. Um clássico moderno, sem a menor sombra de dúvida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Sexta-Feira 13 - Parte 2

Já que o primeiro filme foi extremamente lucrativo para a Paramount era de se esperar que logo fosse feita uma sequência. Afinal o filme anterior foi extremamente barato e rendeu muito bem nas bilheterias. Menos de um ano depois de seu lançamento as filmagens dessa segunda parte começaram. Novamente o elenco contava com um grupo de jovens desconhecidos do grande público que em última análise só estavam ali mesmo para serem mortos pelo psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette). Por falar em Jason esse é o primeiro filme em que ele surge em cena, matando os desavisados que ousaram ir até Crystal Lake. A direção foi entregue ao novato Steve Miner que nos anos seguintes dirigiria alguns filmes de terror que fizeram grande sucesso no mercado de fitas VHS como por exemplo o terror "A Casa do Espanto" e o cult trash "Warlock - O Demônio". A Paramount, por sua vez, ficou bem satisfeita com o trabalho de Miner aqui, tanto que o escalou para dirigir a parte 3 de "Sexta-Feira 13".

O roteiro desse segundo filme da franquia não traz grandes inovações. Na verdade como bem salientou um famoso crítico do New York Times todos os filmes da série "Sexta-Feira 13" tinham basicamente o mesmo roteiro, só mudando mesmo a forma como Jason matava suas vítimas. Aqui o menu de mortes até que é bem variado. Jason mata com um arame farpado, martelo, lanças e nem um cadeirante escapa do serial killer. É curioso também o fato de que Jason surge com um saco na cabeça, provavelmente por não ter ainda encontrado sua famosa máscara de hóquei que viraria sua marca registrada nos filmes seguintes. O filme custou mais de 1 milhão de dólares e estreou em maio de 1981 com o slogan "A contagem de corpos continua...", se tornando mais uma vez um êxito de bilheteria. Os fãs pelo visto queriam mais e assim poucas semanas após o filme chegar nos cinemas a Paramount se apressou em anunciar a terceira continuação de "Sexta-Feira 13". Mal sabiam eles o que estava por vir...

Sexta-Feira 13 - Parte 2 (Friday the 13th Part 2, Estados Unidos, 1981) Direção: Steve Miner / Roteiro: Ron Kurz, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Amy Steel, John Furey, Warrington Gillette / Sinopse: Cinco anos após as mortes do primeiro filme um grupo de jovens se arrisca a invadir novamente o fechado e sinistro acampamento de Crystal Lake. O fato de estarem lá sem convite aborrece o psicopata Jason Voorhees (Warrington Gillette) que resolve promover uma matança em série na região.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Coringa

"Coringa" é um excelente filme! Poucas vezes um personagem de quadrinhos teve um tratamento tão perfeito em termos de desenvolvimento psicológico como o que vemos aqui nessa produção. O espectador inclusive vai se pegar torcendo para um dos vilões mais conhecidos da cultura pop. E isso é fruto da forma como sua história é tecida na tela. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é um pobre coitado. Ele tem problemas mentais, uma mãe doente em seu pequeno apartamento e todos os dias sai em busca de sua sobrevivência. E como ela é penosa. Trabalhando como palhaço no meio da rua acaba apanhando de um grupo de jovens delinquentes. Pior do que isso, além de ser muito mal pago ainda é alvo de todos os tipos de humilhações possíveis. Tem alma de artista, mas não tem talento para ser comediante de palco, como tanto sonha. Sua única apresentação é melancólica, depressiva e vira alvo de piadas de um apresentador de TV sem caráter (em mais um ótimo desempenho de Robert De Niro).

Enquanto consegue manter sua medicação Arthur consegue manter, a duras penas, um pé na sanidade. Quando o serviço social de que participa é fechado por corte de custos, Arthur fica sem remédios e ao "Deus dará". A partir desse ponto ele deixa cada vez mais de ser o sofrido Arthur para virar o Coringa, um palhaço criminoso que mata com um riso constrangido no rosto. O filme nesse ponto se torna dramaticamente muito rico, pois ao mesmo tempo que ficamos chocados com os crimes do "Joker", também sentimos uma compaixão pela situação que ele vive. E o curioso é que o roteiro também tem um toque de luta de classes. A família Wayne é retratada como parte de uma elite corrupta, sem sentimentos, mais preocupada em manter o fosso que a separa de uma cidade cheia de pobres e almas desesperadas. Esse aspecto do argumento vai tocar fundo em muitas pessoas - principalmente naquelas que cultivam um viés político mais à esquerda. Embora ele seja uma pessoa apolítica, seu ponto de vista com uma visão negativa do mundo é a que prevalece no filme.

O elenco está excepcional. Desnecessário elogiar a atuação de Joaquin Phoenix, Ele está estupendo! Coloca inclusive o veterano Robert De Niro no bolso e ainda dá troco. A alma de Heath Ledger (que Deus o tenha em boa mãos) que me perdoe, mas ele foi superado nesse papel. Seu Coringa era excepcional, mas ainda era um coadjuvante em um filme de Batman. Aqui temos o palco inteiro para o vilão da DC Comics brilhar. E com um background de história pessoal tão rico fica mesmo complicado superar. Não é de hoje que elogio Phoenix, mas nesse filme ele não apenas superou todos os demais, ele superou a si mesmo. E isso definitivamente não é pouca coisa. Deixo meus aplausos para ele nesse trabalho memorável. Que o Oscar lhe faça justiça na próxima premiação. Torcerei por ele por uma questão de pura justiça e merecimento.

Coringa (Joker, Estados Unidos, Canadá, 2019) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Todd Phillips, Scott Silver / Elenco: Joaquin Phoenix, Robert De Niro, Zazie Beetz / Sinopse: Arthur Fleck (Phoenix) vive um dia de cada vez. Ele mora com a mãe em um pequeno apartamento de Gotham City, uma cidade repleta de sujeira, crimes e violência. Fleck também precisa controlar sua doença mental, mas a cada dia isso vai se tornando cada vez mais complicado. A insanidade sempre parece estar batendo sua porta. E nessas ocasiões o Joker pode entrar em sua vida de uma vez por todas.

Pablo Aluísio. 


sábado, 7 de outubro de 2023

Jornada Nas Estrelas - O Filme

Para muitos o melhor filme de Jornada Nas Estrelas no cinema. Para outros um projeto bem intencionado que simplesmente não deu certo. Hoje, passados tantos anos, fica complicado saber com exatidão aonde esse primeiro filme da franquia Star Trek se encontra. Penso que ele está mais de acordo com a primeira opinião. De fato é um dos melhores roteiros de ficção científica já feitos, extremamente original, inteligente e bem escrito. O problema é que o público não entendeu a essência da produção na época e saiu com um gostinho de decepção amargo na boca. Uma injustiça certamente. Embora muitos críticos torçam o nariz  até hoje para o filme o qualificando de chato, arrastado e aborrecido, a verdade é que Star Trek 1 é muito mais do que isso. Dirigido pelo mestre Robert Wise (o cultuado cineasta de grandes clássicos Sci-Fi do passado como "O Dia Em Que a Terra Parou") o filme foca muito mais no lado cerebral da trama, deixando de certa forma a ação em segundo plano. O público acostumado com as explosões das guerras espaciais de Star Wars certamente estranhou e por essa razão houve tanta controvérsia em torno dessa obra. Bobagem, o tempo trouxe reconhecimento e hoje a produção é considerada cult e isso não apenas pelos fiéis fãs das aventuras de Spock e Kirk, mas também por quem aprecia filmes desse gênero em especial.

A trama acompanha a chegada na Terra de um estranho fenômeno cósmico que sai destruindo tudo por onde passa. Os principais cientistas não sabem ao certo do que se trata e nem qual seria sua verdadeira natureza. Desesperados enviam a nave Enterprise para tentar entender o que afinal seria esse verdadeiro "destruidor de mundos" que ruma direto em direção ao nosso planeta. O mais curioso é que embora desconhecido em nosso sistema solar a estranha "criatura" parece soar muito familiar para todos. Seria parte de algo inerente à nossa própria história que estaria voltando para um acerto de contas final? Não convém revelar mais nada. Como já escrevi antes, grande parte da força dessa produção provém de um roteiro muito bem elaborado, que certamente causou muito impacto aos fãs da antiga série televisiva. Como sempre digo Star Trek tem tanta força mesmo após tantos anos por causa da qualidade absoluta de seus roteiros. Os efeitos podem ficar velhos (até ridículos) mas tudo o que envolve Jornada nas Estrelas consegue romper a barreira do tempo justamente por causa das tramas magistralmente bem escritas. Aqui não é exceção. Considero o argumento uma preciosidade, que vai tocar fundo em todos aqueles que amam a saga e acompanham os nossos avanços científicos a cada ano. Uma preciosidade do gênero Sci-Fi que merece ser reavaliado e revisto sempre. Uma obra prima certamente.

Jornada Nas Estrelas - O Filme (Star Trek: The Motion Picture, Estados Unidos, 1979) Direção: Robert Wise / Roteiro: Alan Dean Foster, Harold Livingston baseados nos personagens criados por Gene Roddenberry / Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley, James Doohan, George Takei, Majel Barrett, Walter Koenig, Nichelle Nichols / Sinopse: Uma terível ameaça ao nosso planeta vem em direção à Terra. Não se sabe ao certo do que se trata, ou qual seria sua natureza cósmica! Para investigar a nave Enterprise é enviada em direção ao "destruidor de Mundos" para tentar descobrir do que realmente se trata.

Pablo Aluísio.


quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O Ritual

Acabei de chegar do cinema onde fui assistir esse "O Ritual". Minhas expectativas eram bem otimistas e devo confessar que elas foram plenamente satisfeitas. Aqui está um caso raro de filme que trata sobre o tema exorcismo de forma adulta, sem exageros ou palhaçadas (como o recente "O Último Exorcismo"). O roteiro escrito a partir do livro de Matt Baglio é sutil, muito inteligente e trata a batalha entre fé e ceticismo de uma forma muito bem elaborada. Fiquei o filme inteiro concentrado e interessado, o que não é muito habitual em filmes recentes de terror. O que torna tudo especial aqui é justamente o fato dos dois envolvidos no ritual de exorcismo (o padre Lucas - interpretado com raro brilhantismo por Anthony Hopkins - e seu aprendiz Michael Kovak) terem tidos ambos crises de fé. Se fossem religiosos plenamente convencidos de sua fé o filme perderia grande parte de seu interesse. 

Muito se disse que o filme não tem cenas fortes de exorcismo. Isso é verdade apenas em parte. Achei a cena final muito bem escrita (e interpretada) e sinceramente me causou muito mais impacto do que aqueles montes de efeitos especiais gratuitos que estamos acostumados a ver. Tudo é tratado em um plano bem mais imaginativo (e eficiente). Isso porque grande parte do duelo é travado em um nível muito mais intelectual e teológico (embora cenas de alto impacto físico também estejam presentes). A direção de Mikael Håfström é discreta, mas firme. Seu trabalho me animou tanto que pretendo ver em breve seu filme anterior (Conspiração Xangai). Enfim, "O Ritual" é sem dúvida um filme muito bom, acima da média. 

O Ritual (The Rite, Estados Unidos, 2011) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Michael Petroni baseado no livro de Matt Baglio / Elenco: Anthony Hopkins, Alice Braga, Ciarán Hinds, Rutger Hauer, Chris Marquette, Toby Jones, Franco Nero, Torrey DeVitto / Sinopse: Um seminarista chamado Michael Kovak (Colin O’Donoghue) tem sérias dúvidas sobre sua própria fé até encontrar-se com o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um dos sacerdotes autorizados pelo Vaticano para a prática do exorcismo.  

Pablo Aluísio.