sábado, 27 de abril de 2024

O Vampiro de Versalhes - Parte 2

A Revolução Francesa
Só que a besta foi solta. E o que era a besta? Era a revolta do povo francês. Durante anos o povo foi esmagado por uma grande crise financeira. Enquanto o povo passava fome, a corte de Versalhes se banhava em festas cada vez mais extravagantes. A Rainha Maria Antonieta desfilava com seus vestidos maravilhosos e seus excêntricos penteados ao estilo Poof. 

Havia uma tensão no ar. O povo sustentava a classe nobre parasita enquanto mal conseguia colocar um prato de comida para seus filhos. Maria Antonieta e os nobres viviam de pura ostentação. O rei Luís XVI logo ganhou uma fama de fraco e impotente pois não conseguia consumar seu casamento para gerar um herdeiro. Havia um clima de panela de pressão prestes a explodir a qualquer momento.

Eu não parecia preocupado. Com 19 anos de idade, estava mais preocupado em levar para a cama as moças da pequena nobreza. Nem é preciso lembrar que a devassidão sexual imperava em Versalhes. Todas as mulheres eram de todos os homens. E alguns homens também eram homens de outros homens. Embora a monarquia passasse a imagem oficial de católica e conservadora, o fato é que a luxúria imperava. 

Mas havia também exageros em publicações anônimas que difamavam a sexualidade da Rainha e do Rei. Eram matérias mentirosas. Maria Antonieta era a mais casta de todas as mulheres da corte e isso posso afirmar com certeza absoluta. Ela pode ter se apaixonada por um militar estrangeiro cujo nome me recuso a escrever nessas linhas, mas dizer que ela era uma pervertida é uma grande mentira. Eram mentirosos todos esses folhetins que circulavam pelas ruas do reino...

Ainda assim, as mentiras prevaleceram. A Rainha Maria Antonieta ganhou fama de devassa, com gravuras pornográficas sendo vendidas em toda Paris. Eu particularmente detestava política, além disso estava em uma fase de vício em sexo, de todas as maneiras, de todas as formas. De uma forma ou outra senti que havia algo de errado no ar. Tudo parecia prestes a explodir em violência e insanidade.

Minha pecadora existência porém estava prestes a chegar ao final. Em pouco tempo a Revolução Francesa bateria à porta da minha tranquila e perfeita vida. O mundo estava prestes à virar de ponta-cabeça.

Quando me lembro daquele jovem Maximilian sinto pena dele, de verdade... Era um jovem inocente vivendo em tempos conturbados, mas que não sabia direito o que estava surgindo em seu horizonte...

Fazia quantos anos que eu havia visitado Versalhes pela última vez? Essa conta não se faz com anos, mas com décadas. Fazia seguramente mais de 70 anos que eu havia atravessado aquelas portas... e agora tudo parecia tão diferente.o havia mais toda aquela elegância das pessoas da nobreza andando por seus corredores. Não havia a pompa e o luxo de Versalhes. Não havia mais nada. As pessoas que agora andavam por aqueles corredores eram turistas com suas roupas de plebeus e má educação no trato social. Gente sem qualquer sofisticação social. Um horror!

Eu decidi voltar para Versalhes para um exercício de nostalgia e também para dar um último adeus. Estava pensando em ir embora da França para sempre, correr o mundo, visitar outros países, outras culturas... O que não me faltavam eram meios e tempo para isso... eu sou eterno! 

Eu deveria estar morto há séculos. Todas as pessoas que conheci em meus tempos de juventude estão mortas e há muito tempo. Eu até me arrisquei a visitar há pouco o túmulo de Maria Antonieta. Pobrezinha. Cortaram sua cabeça, jogaram seu corpo em uma vala comum, jogaram cal por cima de seu rosto lindo. Um fim de vida trágico.

Ao contrário do que disseram aqueles revolucionários imundos, ela foi uma boa pessoa. Quem a conheceu sabe disso. Era uma pequenina mulher de enorme coração. Não merecia em absoluto o destino cruel que teve. Fico até muito triste quando me lembro de tudo isso. Trágico é uma palavra limitada para descrever. 

Agora de volta a Versalhes revi todos os salões, todas as salas, que um dia vivenciaram uma linda história da monarquia francesa. O Palácio com seus inúmeros espelhos realmente representava um desafio a um ser cuja imagem não se refletia neles. Também choro e dou risadas pequenas, internas, quando me lembro de tudo o que vivi. Ficava parado sem passar na frente de um espelho se houvesse muitas pessoas próximas. Não queria que descobrissem meu maior segredo.

E ao adentrar o quarto que um dia pertenceu a Maria Antonieta, chorei. Não apenas pela dor da morte horrível da amiga, chorei pela morte de toda uma era. Chorei pelo fim das grandes festas. Chorei ao saber que nunca mais iria fazer parte de uma corte tão maravilhosa como aquela. 

Pensar que aquele mundo não mais existia, que aquelas pessoas não mais estavam vivas... 

Olhei para o chão, as lágrimas correram pelos meus olhos...

O mundo em que vivo é sem brilho e sem glamour. Os revolucionários franceses envenenaram a alma dos homens. Eu havia vivido toda essa história na pele. Estava na Rússia quando a revolução dos comunistas tomou o poder. Vi a mesma situação se repetir, de forma ainda mais sangrenta.. Testemunhei o sangue escorrendo da montanha mais uma vez... 

E chorei novamente por lembrar de tudo o que aconteceu...

Bastilha
Abrindo qualquer livro de história dos dias atuais vemos que para os historiadores modernos o estopim da revolução foi a tomada da Bastilha pelo povo francês. Essa é uma visão bem reducionista. Como estava em Versalhes posso trazer a percepção daqueles acontecimentos com mais nitidez. Na verdade a tomada dessa prisão foi apenas um evento entre tantos outros que aconteciam praticamente ao mesmo tempo. 

No meu caso e no caso de Maria Antonieta penso que só tomamos consciência de tudo quando uma multidão se formou diante dos portões principais do Palácio. Era um mar de gente. Na minha mente ficou bem claro a imagem daquelas mulheres com foices e facas nas mãos. A maioria delas trabalhava nos mercados de Paris e tinham marchado até Versalhes. Diziam estar famintas, em busca do pão de cada dia...

Inventou-se que Maria Antonieta teria dito que deveriam dar brioches para aquelas mulheres caso não houvesse mais pão. É uma mentira. Ela nunca disse isso. Era inclusive uma velha mentira pois essa frase já era atribuída há muitos anos a rainha de Luís XIV. Tudo mentira dos revolucionários. Eles faziam isso para que povo ficasse ainda mais enfurecido com os monarcas. E como eles eram jovens e de certo modo despreparados para lidar com aquilo tudo, aconteceu o pior. Foram parar na Guilhotina. 

Olhando para o passado fico pasmo ao constatar que consegui escapar de todo aquele tumulto no dia em que passaram por cima dos guardas e entraram no palácio. Aquelas mulheres dos portões ficaram frente a frente com a Rainha. Não sei como Maria não foi esfaqueada naquele dia tenebroso. 

Eu escapei, penso agora após inúmeras reflexões, por ter sido da chamada baixa nobreza. Eu não era um conde, um visconde e nem um barão. Eu era apenas um jovem que frequentava Versalhes. Provavelmente os nobres da alta nobreza me viam apenas como um rapaz simpático, mas no fundo um pobretão, que olhando para o passado, hoje, percebo ser algo mais próximo da realidade em que eu vivia, muito embora definitivamente não tivesse essa consciência na época. Era quase como se eu fosse o filho do mordomo de Versalhes, vamos colocar nesses termos. 

Pois bem, no dia em que levantaram as lanças com as cabeças de alguns nobres espetadas no alto delas, eu já estava definitivamente misturado no meio da plebe. Eu podia fazer isso, sem problemas. Ninguém nunca me parou pra perguntar quem eu era e se eu era um nobre. Acredito que não tinha essa aparência, nem as roupas que iriam me denunciar. 

E como eu sempre gostei de ler as obras dos iluministas, tinha a bagagem cultural para a conversação ideal com os revolucionários. Como um lobo em pele de cordeiro, me disfarcei e nesse processo também me salvei, me preservei. 

E foi do meio da multidão que compareci ao dia em que Maria Antonieta foi levada até a guilhotina. Estava muito envelhecida precocemente. Tinha passado por todas as infelicidades que uma mulher pode passar. Ela foi colocada numa carruagem simples e passou no meio da multidão. 

Digo, não houve insultos a rainha. Era de um silêncio absoluto quando passou no meio do povo. Ela estava altiva e em minha opinião não tinha perdido em nada sua majestade. Ao subir no lugar de execução pisou sem querer no pé do carrasco e pediu desculpas a ele. Sempre foi uma dama, em todos os sentidos. 

Mesmo em seus últimos momentos a rainha manteve seu jeito de ser. Era fina, elegante, educada e carismática. Sabe, quando penso que ela foi morta por aquelas mulheres vulgares da peixaria, que só sabiam dizer palavrões e ofensas, minha alma fica gelada. 

Existe muita injustiça no mundo e não é aquela que essas pessoas dizem lutar. Elas é que promovem todas essas injustiças. Na minha opinião mataram a rainha por ressentimento, ódio e maldade. Nada disso tem a ver com valores como honra, justiça e honestidade.

Ao longo da minha existência conheci muitos revolucionários, nunca encontrei essas qualidades em nenhum deles. Eram em sua grande maioria oportunistas, gente da chamada raia miúda, que vinham uma oportunidade de subir na vida, mesmo que â custa da morte de outras pessoas, mesmo à custa de muito sangue vermelho manchando as ruas de Paris. 

Quando a lâmina desceu e sua cabeça rolou para dentro do cesto eu não pude realmente acreditar no que via. Estava tudo acabado. O velho mundo havia desaparecido para sempre. E o novo mundo dos revolucionários franceses era simplesmente assustador...

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Planeta dos Macacos: A Guerra

Essa trilogia se encerra muito bem aqui nesse filme. Essa nova leva de filmes explorando o universo do planeta dos macacos foi realmente muito boa. O primeiro filme de 2011 já surpreendeu pela extrema qualidade de seu roteiro. O segundo não foi tão bom, mas manteve o interesse e a qualidade e finalmente tudo se encerra aqui, nessa terceira produção, que se não é tão boa quanto às anteriores pelo menos se mantém em um nível artístico que não vai decepcionar ninguém. Esse novo lote de filmes provou acima de tudo que era possível reciclar velhas ideias com toques de originalidade, melhorando o que por si só já era muito bom. Um remake não precisa ser apenas um caça níqueis. Pode ser também algo que venha a acrescentar, melhorar um bom filme do passado.

Quando o filme começa já encontramos uma tropa de soldados humanos adentrando a floresta em busca do grupo de Caeser. Como se viu nos filmes anteriores um vírus se espalhou pelo planeta, ceifando a vida de praticamente 90% da humanidade. Os humanos que sobreviveram seguem sua guerra contra os macacos. Caeser consegue repelir o ataque, mas o saldo é doloroso para ele. Sua esposa e seu filho são mortos durante os combates. Todos executados pessoalmente pelo cruel e sanguinário Coronel que lidera as tropas, em boa interpretação do ator Woody Harrelson. A partir daí inicia-se uma jornada de vingança por parte de Caesar. Ele quer vingar a morte de seus entes queridos e parte para o acerto de contas finais contra o militar.

O roteiro desse terceiro filme não é tão bom como o do primeiro. Ali havia mesmo um argumento primoroso que discutia o que realmente tornava alguém realmente humano. Aqui a trama é mais básica, baseada na velha fórmula da vingança pessoal (tema aliás que sempre foi explorado em demasia pelo cinema, principalmente em filmes de ação e western). Isso porém não significa que seja ruim, longe disso. Dentro dessa premissa a história até que funciona muito bem. É um bom clímax para tudo o que o público vinha acompanhando desde os primeiros filmes. Os efeitos especiais continuam perfeitos e bem inseridos dentro do enredo. Não ofusca a história, pelo contrário, ajuda a contá-la. No mais, não resta outra coisa a não ser aplaudir esses novos filmes. Eles trouxeram de volta, com extremo êxito, esse estranho mundo, onde os macacos vão se tornando cada vez mais sábios, enquanto a humanidade vai se afundando em sua própria ganância e estupidez.

Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2017) Direção: Matt Reeves / Roteiro:  Mark Bomback, Matt Reeves / Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller / Sinopse: O líder dos macacos, Caesar (Serkis), almeja criar a paz com os homens, mas isso vai se tornando impossível por causa de um Coronel insano e violento que tem planos de escravizar todos os macacos pois ele quer erguer uma grande muralha de defesa em seu acampamento militar nas colinas.

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de abril de 2024

Pânico

Título no Brasil: Pânico
Título Original: Scream
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Dimension Films
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Elenco: Neve Campbell, Courteney Cox, David Arquette, Drew Barrymore
 
Sinopse:
Um serial killer mascarado começa a assassinar adolescentes em uma cidade pequena, e como o número de corpos aumenta a cada dia, uma jovem garota e seus amigos começam a se utilizar dos clichês dos filmes de terror para descobrir a identidade do verdadeiro criminoso. Filme vencedor do Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror, Melhor Roteiro Original e Melhor Atriz (Neve Campbell). Também vencedor do MTV Movie Awards na categoria de Melhor Filme.

Comentários:
Eu já estava muito calejado com filmes de terror quando essa fita virou febre entre os adolescentes. A única novidade era a premissa que partia de uma tentativa de brincar com os clichês do gênero ao mesmo tempo em que os utilizava para criar medo no público. Algo assim só funcionaria mesmo com neófitos no gênero terror - algo que eu já não era há muito tempo, pois já tinha passado da idade para isso. Por essa razão apesar do enorme sucesso de bilheteria e do impacto que causou dentro da cultura pop na época (fatos inegáveis), jamais consegui gostar do filme, de sua proposta e de seu resultado. Kevin Williamson, o roteirista que depois iria desenvolver uma bela carreira na TV criando séries de sucesso como "Diário de um Vampiro", "The Following" e "Stalker", soube muito bem usar as mais batidas fórmulas do terror dos anos 80 para reciclar tudo, transformando em um novo sucesso de bilheteria. Ele aliás é o grande responsável pelo sucesso do filme uma vez que o diretor Wes Craven já estava envelhecido e no controle remoto em sua carreira. Seu trabalho rendeu apenas um filme burocrático que foi salvo do lugar comum por causa do texto de Williamson. Assim temos aqui um exercício de metalinguagem que usou do que havia de mais batido dentro do cinema para conquistar uma nova geração de fãs. Pelos resultados comerciais envolvidos acertaram realmente em cheio. Do ponto de vista puramente cinematográfico não consigo porém visualizar nada de muito marcante.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de abril de 2024

Olhos Famintos

Título no Brasil: Olhos Famintos
Título Original: Jeepers Creepers
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists, American Zoetrope
Direção: Victor Salva
Roteiro: Victor Salva
Elenco: Gina Philips, Justin Long, Jonathan Breck
  
Sinopse:
Retornando para casa durante as férias de primavera, os irmãos Darry e Patricia Jenner testemunham a aparição de uma criatura bem sinistra que parece ir até um túnel sombrio. O fato os deixam curiosos e eles decidem ir até aquele local para investigar do que se trata. É um esconderijo perturbador, com seres estranhos e bizarros. Agora eles também entendem que são as próximas vítimas, pois o estranho ser começa a ir atrás deles por terem sido tão bisbilhoteiros. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Terror.

Comentários:
A fórmula pode até ser considerada batida e saturada, mas depois que você termina de assistir a "Jeepers Creepers" acaba descobrindo que ela ainda pode funcionar. Filmes de monstros nasceram com o próprio surgimento do cinema e nunca mais deixaram de fazer sucesso. Aqui temos um filme típico desse sub-gênero. Não há nada de espetacular no roteiro desse terror, a não ser o fato de que os escritores conseguiram revitalizar velhas situações, dando a impressão (nada mais do que mera impressão, é bom frisar) de que se tratava de algo novo. Brincando com o subconsciente do americano médio, que muitas vezes veio do meio-oeste, onde existem extensas fazendas e plantações, os diretores de arte criaram uma criatura monstruosa que remete aos velhos espantalhos dessas regiões. O efeito é obviamente eficiente, embora como gosto de salientar, nada muito original. Mesmo assim é um filme bacaninha para assistir numa noite entediada, sem nada mais interessante para fazer. A direção foi entregue a Victor Salva, que já havia chamado a atenção dos fãs de filmes Sci-fi antes com o estranho, mas interessante, "Energia Pura" de 1995. Depois do sucesso de "Olhos Famintos" ele ainda rodaria sua sequência, "Olhos Famintos 2" em 2003. E quem acha que a franquia não vai mais em frente é bom saber que o estúdio já anunciou agora para 2015 sua nova continuação, com o título de "Jeepers Creepers 3: Cathedral". Pelo visto essa estranha criatura ainda terá vida longa no cinema.

Pablo Aluísio

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Planeta dos Macacos: O Confronto

Já havia gostado bastante do primeiro filme, "Planeta dos Macacos: A Origem" de 2011 e agora pude constatar que a continuação, se não é tão boa quanto o filme anterior, pelo menos manteve um bom nível. É bom lembrar que essa é na verdade a terceira franquia desse universo. A primeira começou justamente no filme clássico "O Planeta dos Macacos" de 1968, estrelado por Charlton Heston e com direção de Franklin J. Schaffner. Depois vieram várias continuações e até uma série de TV. A segunda se limitou àquele interessante filme dirigido por Tim Burton de 2001 e agora temos essa nova leva de produções. A tônica aqui é mais realista. O grande destaque vai para Caesar (Andy Serkis), um macaco fruto de experiências pioneiras no primeiro filme. Ele desenvolve uma inteligência quase humana e depois se torna líder de seu bando. Nessa segunda produção Caesar e seus seguidores vão para uma reserva florestal nos arredores de San Francisco. 

Um vírus mortal criado em laboratório, que inclusive era usado em experiências com macacos, se disseminou entre a população humana. Noventa por cento da humanidade morreu por causa de sua proliferação. O que sobrou dos seres humanos no planeta agora se organiza em pequenas comunidades de sobrevivência. Dreyfus (Gary Oldman) lidera uma delas. O maior desafio é manter a geração de energia, mas para isso eles precisam recuperar uma usina hidrelétrica que se localiza justamente no território do grupo de Caesar, algo que pode desencadear uma verdadeira guerra entre macacos e homens. Ao custo de 170 milhões de dólares essa sequência se notabiliza pelo bom roteiro (que não chega a ser tão criativo como a do primeiro filme) e dos excelentes efeitos de computação gráfica.

Todos os animais do filme são meras criações digitais. Nesse caso os efeitos não são gratuitos, muito pelo contrário, eles ajudam a contar uma história muito bem desenvolvida. Para os críticos esse filme não passaria de um remake menos talentoso de "A Batalha do Planeta dos Macacos" (1973), assim como "Planeta dos Macacos: A Origem" nada mais seria do que uma refilmagem de "A Conquista do Planeta dos Macacos" (1972), ambos da franquia original. Eu vejo esse tipo de comparação com reservas. Na verdade há elementos novos, bem originais para se falar a verdade, tudo impulsionado por descobertas e teses científicas que inexistiam quando os primeiros filmes foram realizados na década de 70. Além disso há uma bem explorada rivalidade entre o líder Caesar e aquele que deveria ser seu braço direito, Koba (Toby Kebbell). Esse teria desenvolvido uma personalidade psicopata por causa das terríveis torturas a que teria sido submetido quando não passava de uma cobaia em cativeiro, o que obviamente criou em sua mente um grande trauma em relação aos seres humanos. Já Caesar teria tido uma outra vivência, principalmente com o pesquisador interpretado por James Franco, que teria lhe ensinado que os seres humanos também poderiam ser bondosos e amigos. Essa diferença de visões acabaria levando Koba e Caeser para um confronto mortal. Então em resumo é isso. Temos aqui um bom filme que me agradou bastante. A boa notícia é que fica bem claro no desfecho que haverá uma sequência em breve, a terceira dessa nova série. Se manter o bom nível dos dois primeiros filmes teremos certamente, no mínimo, uma boa diversão pela frente.

Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2014) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Mark Bomback, Rick Jaffa / Elenco: Gary Oldman, Keri Russell, Andy Serkis, Toby Kebbell, Jason Clarke / Sinopse: Após noventa por cento da humanidade morrer por causa de um vírus produzido em laborátorio, humanos e macacos entram em conflito por causa de uma usina hidrelétrica localizada nos arredores de San Francisco. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Visuais (Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist).

Pablo Aluísio. 

sábado, 13 de abril de 2024

Deixe-me Entrar

"Deixe-me Entrar" é o remake americano do excelente filme sueco "Deixa Ela Entrar" que causou frisson mundo afora em 2008. Muita gente torceu o nariz para essa produção pois o original já era tão bom e definitivo. Como todo mundo sabe odeio remakes, principalmente de filmes que gosto muito (e eu particularmente adoro o filme de Tomas Alfredson) mas aqui certamente abrirei uma exceção. Desnecessária uma refilmagem menos de dois anos depois do primeiro filme ter sido lançado? Certamente. Apesar de tudo isso vou dar o meu braço a torcer. Não acredito que a existência de "Deixe-me Entrar" tenha sido totalmente inútil. Eu acabei gostando dessa releitura. As pessoas podem até defender a tese de que sua própria existência não tem razão de ser e no fundo há uma certa verdade em pensar assim, porém já que o filme foi feito pelos americanos devo dizer que é muito bom saber que eles realmente fizeram um remake bem acima da média. É importante deixar claro que o filme não é a refilmagem take por take do original. Algumas coisas foram acrescentadas e no balanço final nada está em excesso ou em falta na versão americana. É um filme bem fechado em si mesmo.

Talvez o segredo da bem sucedida refilmagem esteja no elenco. Não tanto do garotinho (interpretado por Kodi Smit-McPhee) pois considero o do original melhor mas sim da jovem atriz Chloe Moretz. Sua interpretação é literalmente "sinistra" alternando momentos de ternura com fúria selvagem. Os efeitos especiais também estão no tom certo. Eu tinha receio de que na versão americana eles fizessem uma orgia de efeitos gratuitos, mas não, isso não acontece. Eles certamente estão em maior número do que no filme original mas são discretos e bem colocados. Acredito que quem assistiu ao original vai gostar também desse remake, pois não adianta mais chorar sobre o leite derramado. Curiosamente o filme acabou sendo uma decepção nas bilheterias. O público norte-americano mesmo estando em um momento particularmente muito interessado em vampiros (vide o sucesso da saga Crepúsculo) acabou rejeitando a produção. O que aconteceu afinal? Provavelmente a estória de "Deixe-me Entrar" seja europeia demais para os gringos ou então sofisticada além do limite para o americano médio que consome pipoca nas salas de shopping center. De qualquer maneira isso é o de menos, "Deixe-me Entrar" e o original "Deixa Ela Entrar" são mais do que recomendados aos fãs de terror. Se um é pouco, dois já está bom demais.

Deixe-me Entrar (Let Me In, Estados Unidos, 2010) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Matt Reeves, John Ajvide Lindqvist / Elenco: Chloë Grace Moretz, Kodi Smit-McPhee, Richard Jenkins / Sinopse: Owen (Kodi Smit-McPhee) é um garoto solitário que sofre bullying na escola onde estuda. Tudo começa a mudar quando ele se torna amigo de Abby (Chloë Grace Moretz) uma menina da sua idade que se torna sua vizinha.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Deixa Ela Entrar

Título no Brasil: Deixa Ela Entrar
Título Original: Låt den rätte komma in
Ano de Lançamento: 2008
País: Suécia, Noruega
Estúdio: EFTI
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: John Ajvide Lindqvist
Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Ragnar

Sinopse:
Uma menina vive escondida do mundo em seu pequeno apartamento ao lado de um homem mais velho. Eles estão sempre se mudando. Até que a menina conhece um garoto de sua idade no pátio do local onde moram. E ela, sempre muito solitária, faz amizade com ele. O problema é que a menina tem segredos, alguns bem sanguinários, para esconder. 

Comentários:
Esse é o filme original. Quando eu o assisti ninguém ainda conhecia essa obra direito no Brasil. Claro que o material original, o livro, é o item mais indicado, mas em termos cinematográficos esse filme é certamente o mais fiel ao livro. Para quem não sabe a garotinha está acompanhada por um homem mais velho e esse não é o pai dela, como aparece em certas versões americanas, sendo que a própria série que foi lançada há pouco tempo segue essa linha. O livro nesse aspecto é visceral. O homem mais velho é um pedófilo que tentou violentar a menina, mas se deu mal, porque afinal ela é uma vampira. Então ela acabou escravizando esse criminoso! Algo bem sórdido e talvez por isso os americanos tenham amenizado tudo. No mais é inegável que esse filme é muito bom. Tanto que ainda rende frutos, tanto no cinema como no mundo das séries. A história da garotinha vampira realmente é muito boa! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de abril de 2024

O Vampiro de Versalhes - Parte 1

Maximilian
Esse era o nome. O único que ele assinava em uma série de manuscritos e cartas. Não se sabe até hoje com certeza sobre sua identidade, sua história. As cartas, amareladas e envelhecidas pelo tempo, foram encontradas em uma seção um tanto esquecida da biblioteca nacional em Paris. Algumas mostravam sinas de grande desgaste, outras estavam chamuscadas, como se tivessem sido jogadas em alguma lareira e depois salvas em um último momento. 

De uma maneira ou outra, o que chamou a atenção dos especialistas não foi o estado do material, mas sim seu conteúdo. As cartas traziam diversas datas, algumas com até 200 anos de diferença! Tempo demais para que um ser humano as tenha escrito de próprio punho. A vida humana, como todos sabemos, não dura tanto tempo. 

E aí vai a grande novidade desses textos. Além de terem sido escritos em um período muito longo de tempo, elas também abismaram os historiadores pois quem as escreveu garantia que era uma criatura da noite, um vampiro!

Ora, senhores racionais, homens de pesquisa, vampiros não existem! Então vamos partir para uma nova visão, a de que tudo não passaria de mera literatura. Tudo bem, poderia ser uma resposta viável e racional para tudo o que lemos ali, mas as mais antigas cartas tinham sido escritas muitos anos antes de Drácula, o romance de Bram Stoker. Pior do que isso, testes e perícias feitas nas cartas atestaram que elas eram legítimas e tinham sido escritas exatamente nas datas que traziam em seus cabeçallhos...

Um grande mistério...

As perícias também demonstraram que a caligrafia e o modo de escrever também pertenciam a mesma pessoa. Isso não fazia muito sentido. Como alguém poderia ter escrito as cartas se entre a primeira e a última havia se passado mais de dois séculos?!...

Vai ver esse tal de Maximilian estaria enfim dizendo a pura verdade, mesmo sabendo que essa verdade não seria aceita nos dias racionais que vivemos hoje em dia. 

Para tentar encontrar alguma lógica eu procurei pela pesquisa. Como pesquisador e historiador que sou, decidi correr atrás, pegar as datas que estavam nas cartas e procurar por informações que as comprovassem em jornais de época... Uma grande loucura, mas pensando bem, todos os tipos de historiadores possuem um elemento de loucura...

E através das próximas páginas vou reproduzir aqui o pensamento de Maximilian, suas impressões sobre o mundo, as coisas que vivenciou e viu ao longo de uma, pelo que consta, longa e interessante vida... 

E se possível pretendo finalizar essa longa pesquisa tentando encontrar sua verdadeira identidade. Vampiro ou não, gostaria de saber de uma vez por todas sobre quem teria sido esse misterioso ser que carinhosamente até pensei em chamar de "O Vampiro de Versalhes"...

Tempos de Juventude
Paris, 19 de setembro de 1850
Resolvi escrever essa carta para lembrar, lembrar de um tempo que não mais existe. Antes de mais nada, devo me apresentar. Basta me chamar de Maximilian. Esse não é o meu nome real, mas é o nome pelo qual sou chamado agora. Eu a encontrei há muitos anos e você me conheceu pelo meu nome real, meu nome humano. Penso e acredito que conforme for lhe contando minha história você saberá de quem se trata. E então tudo ficará mais claro em sua mente. Talvez você sinta pena da minha pessoa ou então lamente por não ter vivido todas essas histórias ao meu lado. Não podemos subestimar a mente e o coração de uma mulher apaixonada. 

Faz tanto tempo dessas lembranças que simplesmente penso que foi em uma outra vida, fui uma outra pessoa, um outro ser. Quando olho para o passado simplesmente fico pasmo pelas coisas que consigo me lembrar. A maioria das lembranças se foi pelas areias do tempo, mas outras sobreviveram, ficaram marcadas em minha mente para todo o sempre. Nem parece que vivi tudo aquilo que me lembro agora... 

Maximilian foi um jovem afortunado. Nasceu em uma família nobre, ligado à Casa de Bourbon, a casa real francesa. Foi criado brincando nos jardins de Versalhes com o pequeno Louis. Quem seria esse amigo de infância? Ora, seria o futuro rei Luís XVI, de triste memória, pois o destino quis que ele se tornasse o último monarca da França pré-revolução. O adolescente Maximilian  também foi grande amigo de juventude de Maria Antonieta. 

Quando ela foi para Versalhes, vinda de sua terra natal, a Áustria, a garota tinha apenas 14 anos de idade. Mal sabia falar a língua de seu futuro marido. Na época era comum as casas nobres trocarem casamentos entre seus membros. Era uma forma de selar a paz entre países e nações.

Ela iria se tornar a última Rainha da França, quem diria... Pessoalmente era uma mulher miúda, pequenina mesmo. Cabelos brancos, como era a moda na nobreza. Muito simpática, muito instintiva. Ao contrário de seu futuro marido, que muitas vezes não passava de um tonto bondoso, Maria tinha muita personalidade. Ainda lembro de seus grandes olhos azuis, que inclusive eram míopes como um morcego... Então quando ela parava seu olhar em você não significava que estava lhe paquerando ou algo do tipo, mas apenas que tentava enxergar alguma coisa...

Adorava cavalgar e tinha os melhores cavalos da França. Esse foi o principal elo de ligação da nossa amizade. Eu também, enquanto jovem ser humano cheio de vida, também adorava cavalgar. Maria saía nos bosques do Palácio de Versalhes e ficava horas cavalgando... Esse foi certamente o período mais feliz de toda a sua vida... A liberdade que desfrutou foi maravilhosa. 

O Rei Luís XV adorava Maria Antonieta e de certa maneira a protegia dentro da corte. Ele sabia que o jovem Délfim, herdeiro do trono, era um rapaz um tanto obtuso. Ele tinha esperanças que a futura Rainha tomasse o controle do reino quando ele já não estivesse mais vivo. 

Sua vida humana foi no luxo, na fartura e na festa, isso na corte mais luxuosa e excêntrica da Europa. Memoráveis foram as festas à fantasia promovidas pela amiga Antonieta, onde todos os membros da corte surgiam em fantasias belíssimas, com muita pompa e elegância. Tempos maravilhosos. 

Eu realmente não tinha muitos talentos pessoais, não era particularmente estudioso e tampouco me preocupava em construir o futuro com meus próprios méritos. Isso não existia, em absoluto. Só pelo fato de ser um nobre já me definia como um homem bem sucedido. E o fato de ter sido amigo pessoal do casal que reinaria na França me qualificava para qualquer cargo público que quisesse, onde pretendesse e com o salário que pedisse. Era assim naquele mundo de altos privilégios.

Nesses anos de puro deleite tive algumas experiências inusitadas com a futura Rainha. Numa delas fomos parar em um lugar bem longe do Palácio. Fazia um pouco de frio e paramos um pouco para recuperarmos o fôlego. Maria se aproximou e sentou em meu colo. Confesso que minha vontade era beijá-la, mas isso obviamente seria visto como uma traição à coroa. 

Mas não passou em branco. O jovem Maximilian não perdoaria nenhuma mulher, mesmo que ela fosse a prometida ao futuro rei. Desse momento nasceu um beijo muito terno e carinhoso à beira do lago azul. Foi um momento belo, de dois adolescentes descobrindo o amor. Não havia nada de malicioso ou cruel, mas obviamente a sexualidade veio à flor da pele. 

Vendo que as coisas estavam saindo um pouco do comum e do controle, Maria Antonieta se recompôs. Olhou para o horizonte e desconversou, dizendo que uma tempestade iria chegar e que tínhamos que ir embora logo.  Continuamos amigos nos anos seguintes. Como eu fazia parte da corte sempre a encontrava nos salões de baile ou nos corredores de Versalhes. Sempre que me via abria o sorriso. Sempre parecia realmente feliz em me encontrar e jamais voltou a tocar novamente na lembrança daquele beijo adolescente inocente. 

Respeitei suas decisões. Era uma mulher católica e estava comprometida. Não iria desrespeitar sua posição com alguma fala que de alguma maneira a chocasse. Ficou uma lembrança que apenas a nós pertenceu. Nunca mais falamos naquilo, mas o olhar, a maneira de olhar dentro dos meus olhos, deixava aquela mensagem subliminar de que ela não havia esquecido aquele momento. 

Era o nosso momento. Estava em nossas lembranças e isso era no final o que importava. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 6 de abril de 2024

O Massacre da Serra Elétrica 2

Título no Brasil: O Massacre da Serra Elétrica 2
Título Original: The Texas Chainsaw Massacre 2
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Films
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: L.M. Kit Carson, Tobe Hooper
Elenco: Dennis Hopper, Caroline Williams, Jim Siedow
 
Sinopse:
Durante uma transmissão de rádio da programação local um DJ fica chocado ao receber o telefonema de dois marginais que lhe passam uma gravação do que parece ser a morte de duas crianças pelo psicopata Leatherface, o infame serial killer que matava suas vítimas com uma serra elétrica. O xerife local então decide começar sua investigação para colocar as mãos nos autores da gravação, algo que lhe revelará um mundo doentio e perturbador nos cafundós do Texas. Filme indicado ao prêmio Fantasporto na categoria de Melhor Filme de terror.

Comentários:
No auge do sucesso da Cannon, produtora bem conhecida nos anos 80 por causa de seus filmes de ação com Chuck Norris. a empresa resolveu apostar também no terror, ressuscitando antigas franquias. Foi o que aconteceu com "The Texas Chainsaw Massacre". O primeiro filme havia virado um cult movie nas locadoras, então os produtores entenderam que era uma boa oportunidade de reviver o antigo clima de sangue e tripas nas telas. Pessoalmente não gosto muito dessa continuação porque ela foi afetada por uma modinha da época em se misturar terror com comédia. "A Hora do Espanto" se tornou um grande sucesso de bilheteria e sua fórmula acabou sendo copiada à exaustão, nem sempre com resultado positivos. A piada já começa no poster, onde os personagens sanguinários do filme posam tal como os adolescentes do sucesso de John Hughes, "O Clube dos Cinco". O resto vai pela mesma linha engraçadinha, o que nem sempre dá certo. Dennis Hopper também acaba virando uma caricatura de si mesmo nessa produção. Ator símbolo da contra cultura dos anos 60 ele acabou embarcando no filme sem muita razão de ser, talvez apenas para emprestar seu nome conhecido (o único do elenco) para ajudar na promoção do filme. Há certamente boas cenas de terror, mas no geral não consigo mesmo gostar muito, nem mesmo em revisões mais atuais. O humor aqui estragou parte do potencial da fita. Uma bola fora na filmografia do (quase) sempre correto Tobe Hooper.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Annabelle 3 - De Volta Para Casa

Título no Brasil: Annabelle 3 - De Volta Para Casa
Título Original: Annabelle Comes Home
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Atomic Monster, New Line Cinema
Direção: Gary Dauberman
Roteiro: James Wan, Gary Dauberman
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mckenna Grace, Madison Iseman, Katie Sarife, Michael Cimino

Sinopse:
O casal Warren consegue trazer a boneca amaldiçoada Annabelle para sua casa. Ela então é trancafiada em um armário de madeira, para nunca mais sair dali. Só que a amiga da babá de sua filha tem uma ideia diferente. Ela quer invocar o espírito de seu pai falecido e para isso decide usar a boneca. Uma péssima ideia que acabará criando o caos naquela casa.

Comentários:
Para quem acreditava que esses filmes dessa boneca amaldiçoada não iriam muito longe, aí está o terceiro filme da franquia. O fato é que essas produções são lucrativas demais. Cada filme não chega a custar nem 10 milhões de dólares e sempre apresentam um retorno seguro de bilheteria, muitas vezes ultrapassando os 250 milhões de faturamento. É uma mina de ouro cinematográfica. Então enquanto houver público, haverá novos filmes. Esse terceiro achei apenas mediano. Sigo dizendo que o segundo foi o melhor de todos em minha opinião. Esse número 3 é inegavelmente o mais fraquinho. Todo a trama se passa em apenas uma noite, dentro da casa do casal Warren. Só que eles estão fora e a filha fica sob responsabilidade da babá. Esse é uma daquelas jovens que conhece uma amiga que vai colocar tudo a perder. Ela entra na sala onde são guardados todos os objetos de maldição e bruxaria e resolve mexer em todos eles, colocando para fora até mesmo a boneca Annabelle. E aí o roteiro abre espaço para todo tipo de assombração com direito a um cão enviado do inferno, uma noiva com uma faca e outras bizarrices. É tudo muito simples e direto e o mais interessante é que a velha fórmula ainda funciona. Os sustinhos são garantidos. O diretor desse terceiro filme é um roteirista com experiência em filmes de terror, então ele sabia bem o que estava fazendo. Assim fica o veredito. È o mais fraco da trilogia, mas mesmo assim ainda consegue ser bem melhor do que muito filme de terror que anda sendo exibido por aí.

Pablo Aluísio.