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quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O Ritual

Acabei de chegar do cinema onde fui assistir esse "O Ritual". Minhas expectativas eram bem otimistas e devo confessar que elas foram plenamente satisfeitas. Aqui está um caso raro de filme que trata sobre o tema exorcismo de forma adulta, sem exageros ou palhaçadas (como o recente "O Último Exorcismo"). O roteiro escrito a partir do livro de Matt Baglio é sutil, muito inteligente e trata a batalha entre fé e ceticismo de uma forma muito bem elaborada. Fiquei o filme inteiro concentrado e interessado, o que não é muito habitual em filmes recentes de terror. O que torna tudo especial aqui é justamente o fato dos dois envolvidos no ritual de exorcismo (o padre Lucas - interpretado com raro brilhantismo por Anthony Hopkins - e seu aprendiz Michael Kovak) terem tidos ambos crises de fé. Se fossem religiosos plenamente convencidos de sua fé o filme perderia grande parte de seu interesse. 

Muito se disse que o filme não tem cenas fortes de exorcismo. Isso é verdade apenas em parte. Achei a cena final muito bem escrita (e interpretada) e sinceramente me causou muito mais impacto do que aqueles montes de efeitos especiais gratuitos que estamos acostumados a ver. Tudo é tratado em um plano bem mais imaginativo (e eficiente). Isso porque grande parte do duelo é travado em um nível muito mais intelectual e teológico (embora cenas de alto impacto físico também estejam presentes). A direção de Mikael Håfström é discreta, mas firme. Seu trabalho me animou tanto que pretendo ver em breve seu filme anterior (Conspiração Xangai). Enfim, "O Ritual" é sem dúvida um filme muito bom, acima da média. 

O Ritual (The Rite, Estados Unidos, 2011) Direção: Mikael Håfström / Roteiro: Michael Petroni baseado no livro de Matt Baglio / Elenco: Anthony Hopkins, Alice Braga, Ciarán Hinds, Rutger Hauer, Chris Marquette, Toby Jones, Franco Nero, Torrey DeVitto / Sinopse: Um seminarista chamado Michael Kovak (Colin O’Donoghue) tem sérias dúvidas sobre sua própria fé até encontrar-se com o Padre Lucas (Anthony Hopkins), um dos sacerdotes autorizados pelo Vaticano para a prática do exorcismo.  

Pablo Aluísio.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Drácula de Bram Stoker

Drácula de Bram Stoker (1847 - 1912) é um clássico absoluto da literatura de terror. Publicado originalmente em 1897 o livro é considerado o marco zero na mitologia moderna sobre vampiros. Obviamente que a lenda sobre vampirismo atravessou séculos mas foi Stoker, com raro brilhantismo, que conseguiu unir seus principais elementos em um texto único, extremamente bem trabalhado e rico em detalhes e nuances que anos depois seria usado exaustivamente pela sétima arte. O que fez o genial Stoker foi reunir em um só romance as lendas, os mitos e até as histórias reais (como a da Condessa Isabel Bathory) para criar um personagem singular, um Conde que esconde uma maldição secular em seu castelo sombrio. 

Foi justamente com a intenção de ser o mais fiel possível a essa obra que Francis Ford Coppola realizou sua versão de Drácula em 1992. Considerado por muitos como a obra definitiva sobre o personagem o filme ainda hoje impressiona por sua brilhante direção de arte, seu clima soturno e o excelente trabalho do roteiro em mostrar um lado até então pouco explorado em todos os filmes sobre Drácula: o aspecto mais romântico da personalidade do Conde. De fato seu maior fardo é a sua dor pela perda de sua amada, dor essa que atravessa os séculos, tornando-se o verdadeiro martírio do monstro. Ao explorar esse aspecto o filme traz uma carga humana muito intensa ao personagem, tornando tudo muito mais real e visceral.

Passados 30 anos de seu lançamento ouso dizer que Drácula foi a última grande obra prima do mestre Coppola. É uma constatação penosa, haja visto que sem dúvida ele foi um dos cineastas mais brilhantes de Hollywood. Seu grande trabalho aqui se revela na escolha do elenco ideal (Gary Oldman personifica as várias faces do vampiro de forma maravilhosa), no uso correto e pontual de ótimos efeitos especiais (todos recriando uma oportuna atmosfera Vitoriana) e na fidelidade ao texto original. O resultado de tanto talento se vê nas telas de forma grandiosa. Ao custo de 40 milhões de dólares o filme demonstra ter todas as peças perfeitamente encaixadas, resultando em um trabalho magnífico, uma obra de arte realmente. O velho Stoker certamente ficaria orgulhoso.

Drácula de Bram Stoker (Dracula, Estados Unidos, 1992) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro:  James V. Hart baseado na obra de Bram Stoker / Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Billy Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci / Sinopse: Jonathan Harker (Keanu Reeves) vai a um distante e isolado castelo com a missão de vender uma propriedade a um estranho e recluso Conde chamado Drácula (Gary Oldman). Ao ver o retrato de sua amada o monstro fica admirado com a semelhança com sua antiga paixão, uma jovem falecida há muitos séculos. Não tardará para que o Conde vá ao seu encontro.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de junho de 2023

O Lobisomem

O Lobisomem
A infância de Lawrence Talbot terminou na noite em que sua mãe morreu. Depois disso ele deixa a aldeia vitoriana de Blackmoor em direção ao futuro. Muitos anos depois retorna porque o corpo de seu irmão foi brutalmente assassinado e ele quer encontrar o verdadeiro assassino que fez aquela monstruosidade. Após algumas investigações descobre um terrível destino reservado para si mesmo. O fato é que alguém ou alguma coisa com uma força descomunal e insaciável sede de sangue está matando os aldeões. Um inspetor da Scotland Yard é então enviado para a região e descobre algo além da imaginação. Eis  o resumo da história. A intenção do filme fica clara logo nos primeiros momentos. É uma tentativa de homenagear o clássico "O Lobisomem" da década de 1940. O enredo é praticamente o mesmo, só que melhor desenvolvido. Os personagens são os mesmos e clima do filme original foi recriado com as técnicas modernas. Não gosto de remakes mas esse filme sinceramente achei bem intencionado em seus propósitos. 

Some-se a isso a bela direção de arte (realmente de primeira classe) e um bom elenco e você terá no mínimo uma diversão honesta. Perceba que a maquiagem procurou resgatar o design do monstro mostrado no primeiro filme. Esse também é outro ponto positivo pois os realizadores poderiam muito bem partir para algo diferente, mais exagerado, um monstro digital, por exemplo. Ao invés disso optaram sabiamente por uma técnica mais analógica o que acabou trazendo mais realismo para as cenas dessa produção. Também gostei de todo o elenco, sem exceções. Benicio Del Toro tem o tipo ideal para seu papel, um sujeito de traços marcantes que esconde algo sinistro em sua vida pessoal. Anthony Hopkins também está ótimo, incorporando maneirismos que nos lembram sutilmente de feras selvagens e por fim temos Emily Blunt, muito bem equilibrada entre a beleza e a força de sua personagem. Dessa maneira "The Wolfman" é sem a menor sombra de dúvida uma ótima diversão, esqueça os críticos mal humorados e se divirta. 

O Lobisomem (The Wolfman, Estados Unidos, 2010) Estúdio: Universal Pictures, Relativity Media / Direção: Joe Johnston / Roteiro: Andrew Kevin Walker, David Self / Elenco: Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt / Sinopse: O filme conta a história de um homem amaldiçoado pela lua cheia, onde passa a se transformar em uma besta assassina, um lobisomem. 

Pablo Aluísio.