quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

O Planeta dos Macacos

Título no Brasil: O Planeta dos Macacos
Título Original: Planet of the Apes
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Tim Burton
Roteiro: Pierre Boulle, William Broyles Jr
Elenco: Mark Wahlberg, Helena Bonham Carter, Tim Roth, Michael Clarke Duncan, Paul Giamatti, Kris Kristofferson

Sinopse:
Depois de um incidente com sua missão espacial o capitão Leo Davidson (Mark Wahlberg) chega em um estranho planeta, onde os macacos falam e são mais desenvolvidos do que os seres humanos, tratados como verdadeiros animais irracionais e primitivos. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Figurino (Colleen Atwood) e Melhor Maquiagem (Rick Baker, Toni G e Kazuhiro Tsuji).

Comentários:
Muita gente não gostou desse remake de Tim Burton. Eu vou contra a corrente. Desde a primeira vez que assisti gostei desse novo "Planet of the Apes". Claro, não vou comparar com o clássico de 1968, pois esse continua imbatível (sendo melhor até do que os filmes mais recentes). Dito isso devo dizer que Tim Burton realmente fez um bom trabalho nessa produção de 2001. O filme, como era de se esperar em qualquer obra assinada por Burton, tem um design de produção excelente, uma fantástica direção de arte. Claro que muitos reclamaram de partes do roteiro, como na tão falada cena final com a estátua de Lincoln como macaco, mas o que isso no final realmente importa? É um clímax aberto a todos os tipos de interpretações e isso é algo positivo e não negativo. Filmes com finais fechadinhos demais são cansativos. Deixar a porta aberta pode trazer debates interessantes, visões diferentes, etc. A arte serve justamente para esse tipo de coisa. No mais é um filme que vale a pena ter na coleção. Há cenas realmente excelentes, como a que inspirou o próprio poster original. Até mesmo Mark Wahlberg está bem e olha que na época ele era bem mais limitado do que hoje em dia. Além disso o elenco de apoio é mais do que bacana, contando com o ótimo Paul Giamatti, o gigante simpático Michael Clarke Duncan e até o cantor country travestido de ator Kris Kristofferson. Em suma, gostei na época que chegou aos cinemas e continuo gostando hoje em dia. Esse pode ser considerado sem favor nenhum um dos bons filmes do controverso Tim Burton. Sua visão dark combinou muito bem com o universo criado por Pierre Boulle.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Sonâmbulos

Alguns filmes perdem muito em uma revisão, principalmente quando o assistimos novamente muitos anos depois. Foi o caso desse "Sonâmbulos". Da primeira vez que vi gostei da trilha sonora (dos anos 50/60 que adoro), do romance juvenil da primeira parte do filme e até mesmo dos efeitos visuais. Além do mais o filme tinha a assinatura de Stephen King, que sempre foi sinal de obras no mínimo medianas (regra que após alguns anos iria abaixo). O diretor era Mick Garris que vinha de vários trabalhos na TV, onde havia trabalhado inclusive em produções de Steven Spielberg, ou seja, o sujeito prometia ter uma bela carreira pela frente (algo que não se cumpriu pois depois ele se tornaria apenas produtor). Ele ainda chegou a assinar alguns roteiros de produções menores de filmes de sucesso como "A Mosca 2" mas nunca emplacou.

Nessa revisão ficaram claros alguns pontos. A primeira metade do filme é muito superior ao seu terço final. O romance entre o sonâmbulo jovem Charles Brady e Tanya é tolinho e sem qualquer profundidade mas pelo menos mantém o interesse. A boa cena de perseguição entre um carro policial e o carro esporte de Charles também rende um bom momento. O clima de tensão envolvendo a velha casa e os gatos ao redor também é algo bacana, e original pois não tinha visto em nenhum filme. O problema de "Sonâmbulos" realmente é seu desfecho. A partir do momento em que Charles é atacado e volta para casa o filme desanda. Quando eles se transformam então o clima que era de sutil suspense é substituído pelo puro e simples trash. Faltou sutileza a Stephen King aqui. Mesmo com todos esses problemas vale a pena a espiada, principalmente para quem é fã do King. A ideia inicial é boa, bem bolada, mas desperdiçada ao longo do filme, o que é uma pena.

Sonâmbulos (Sleepwalkers, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Garris / Roteiro: Stephen King / Elenco: Brian Krause, Alice Krige, Madchen Amick / Sinopse: Um jovem e sua mãe pertencem a uma rara raça de monstros chamada Sleepwalkers (Sonâmbulos). Em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos tentam se misturar com a população local. Baseado na obra de Stephen King.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Ad Astra: Rumo às Estrelas

Após sofrer um acidente numa torre de transmissão, o astronauta Roy McBride (Brad Pitt) é designado para uma nova missão. Ele deve partir para Marte, onde se tentará uma comunicação com seu pai. o veterano explorador espacial H. Clifford McBride (Tommy Lee Jones). Há muitos anos ele desapareceu, juntamente com sua nave e tripulação, enquanto explorava o sistema solar externo, perto de planetas como Júpiter, Saturno e Netuno. Interferências magnéticas vindas dessa região levam a crer que sejam de sua missão. Assim Roy parte para Marte, sem nem ao menos saber o que realmente lhe espera. Pois bem, esse é o novo filme do ator Brad Pitt. È curioso que ele tenha optado por esse tema, um filme de ficção, exploração espacial, etc. Claro que um filme com essa temática iria sofrer de alguma forma diversas influências do passado, como o do maior clássico do gênero, "2001 - Uma Odisseia no Espaço". O ritmo lento em determinados momentos, a contemplação do universo infinito, tudo é fruto dessa inspiração da obra-prima de Stanley Kubrick. Não é uma forma de narrativa usual nos dias de hoje. Por isso parte do público estranhou o ritmo mais devagar do filme. Para muitos isso o transformou em um filme bem chato e cansativo. Em determinados momentos devo dar razão a essas pessoas. De fato o filme apresenta problemas de ritmo e edição. Tentar imitar Kubrick não é fácil, é algo para poucos cineastas.

Porém o mais estranho é que esse estilo Kubrick foi misturado com momentos absurdos, principalmente para quem entende pelo menos um pouquinho de cosmologia. Vou citar um exemplo disso. Em determinado momento o personagem de Brad Pitt precisa passar pelos anéis de Netuno. E o que ele faz para sobreviver a isso? Usa uma placa de metal para se defender das milhares de rochas que orbitam o gigante gasoso. Ora, no mundo real o astronauta seria destroçado pelos anéis em poucos segundos, pois é impossível sobreviver naquela região do cosmos. Porém o que se vê no filme é um momento digno de desenhos animados da Hanna-Barbera. Outro fato fora de noção é a própria viagem até Netuno. Isso levaria anos, mesmo na melhor astronave. No final parece que Pitt leva apenas alguns dias para se chegar lá! E as bobagens do roteiro não param por aí, seguem em frente. Então fica algo contraditório, pois ao mesmo tempo em que o filme tenta se levar à sério também apresenta momentos absurdos que deixarão qualquer cientista de cabelos em pé. Por isso o filme fica apenas no meio do caminho. Não chega em nenhum momento a agradar completamente, pelo menos no meu caso foi exatamente isso que aconteceu.

Ad Astra: Rumo às Estrelas (Ad Astra, Estados Unidos, 2019) Direção: James Gray / Roteiro: James Gray, Ethan Gross / Elenco: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga / Sinopse: Para tentar entrar em contato com seu pai, o astronauta Roy McBride (Brad Pitt) é enviado até Marte, o planeta vermelho. A intenção é que ele mande uma massagem para seu velho, que foi dado como desaparecido alguns anos antes, numa missão de exploração dos mais distantes planetas do sistema solar.

Pablo Aluísio. 

sábado, 20 de janeiro de 2024

A Hora do Pesadelo 2

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo Parte 2 - A Vingança de Freddy
Título Original: A Nightmare on Elm Street Part 2 - Freddy's Revenge
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jack Sholder
Roteiro: David Chaskin, Wes Craven
Elenco: Robert Englund, Mark Patton, Kim Myers

Sinopse:
Freddy Krueger (Robert Englund), o assassino da rua Elm está de volta aos pesadelos dos adolescentes para continuar sua saga de mortes e violência. Seu alvo agora é um jovem que é raptado em seus sonhos pelo homicida lunático. 1,2... o Freddy está atrás de você, 3,4... tranque a porta do quarto, 5,6... mantenha o crucifixo ao seu lado, 7,8... é melhor ficar acordado, 9,10... nunca mais durma!

Comentários:
O primeiro "A Hora do Pesadelo" não foi um sucesso espetacular de bilheteria mas acabou encontrando uma verdadeira legião de fãs quando foi lançado em VHS. Em pouco tempo virou uma fita cultuada pelos admiradores do gênero e assim o estúdio percebeu que tinha um filão em mãos. Não tardou muito para que essa continuação fosse filmada. A primeira grande ausência que se nota aqui é a de Wes Craven que entrou em atrito com os produtores e não quis dirigir a sequência (embora tenha sido creditado no roteiro). Em seu lugar entrou Jack Sholder de "Noite de Pânico". De qualquer maneira para os fãs o que importava mesmo era o retorno do personagem Freddy Krueger que seria novamente interpretado pelo ator Robert Englund. "A Nightmare on Elm Street Part 2" não consegue ser um grande filme. Parte de sua trama é uma mera derivação do que se viu no primeiro filme e tirando uma ou outra cena mais bem bolada o que vemos é mais do mesmo. Seu grande mérito foi mesmo ter levado a franquia em frente, mostrando para a New Line que Krueger tinha potencial comercial. Com isso mais filmes do assassino Freddy Krueger ganhariam as telas e as locadoras nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

A Estrada

Pai e filho vagam por um mundo devastado. Não existe mais civilização e tudo o que restou da humanidade são poucos grupos, geralmente armados, lutando por água, comida e combustível. Em sua luta pela sobrevivência o pai tenta levar o filho até a costa para que ele finalmente conheça o mar. Essa sinopse até pode lembrar os famosos filmes da franquia Mad Max mas há diferença grande entre as produções. Em Mad Max tudo é desculpa para a ação sem freios, com muitas cenas de luta e fúria. Em "A Estrada" só resta a melancolia, a tristeza e a depressão de vidas sem qualquer fio de esperança. Esse clima sombrio e desesperançoso foi o que mais me incomodou no filme. Nada contra obras baixo astral mas "A Estrada" é um das mais acentuadas nesse aspecto que já conferi.

Não há qualquer sinal de que as coisas vão melhorar ou eles conseguirão superar as adversidades. Na realidade não passam de meros sobreviventes e como tal esperam chegar vivos ao final de cada jornada, um dia de cada vez, sem maiores sonhos ou objetivos. Não vivem, apenas sobrevivem. A produção segue o pessimismo do roteiro à risca. A fotografia é toda cinza e neblina, escura. Os diálogos são curtos e grossos. Os atores não passam nenhum sentimento positivo - apenas se deprimem com toda a situação, gerando ainda mais infelicidade. Apesar do final mais ameno (em termos), "A Estrada" é muito seco, muito depressivo. No saldo final provavelmente encontrará seu público mas certamente não atingirá a todos pois nem todo mundo vai comprar a ideia do argumento. Apesar de tudo ainda acredito que vale a pena conhecer - mesmo que depois da exibição você fique meio down.

A Estrada (The Road, Estados Unidos, 2009) Direção de John Hillcoat / Roteiro de Joe Penhall baseado na novela de Cormac McCarthy / Elenco: Viggo Mortensen, Charlize Theron, Kodi Smit-McPhee / Sinopse: Pai e filho vagam por um mundo devastado. Não existe mais civilização e tudo o que restou da humanidade são poucos grupos, geralmente armados, lutando por água, comida e combustível. Em sua luta pela sobrevivência o pai tenta levar o filho até a costa para que ele finalmente conheça o mar.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de janeiro de 2024

[REC]

Jovem repórter e seu cameraman fazem uma reportagem sobre a rotina dos bombeiros quando esses são chamados a um conjunto de apartamentos onde vizinhos ouvem gritos no andar superior. Ao investigar o ocorrido descobrem algo bem mais sinistro. [REC] segue os passos da estética de "A Bruxa de Blair", ou seja, é um falso documentário ou como os americanos gostam de chamar um "Mockumentary". Para quem odiou "Bruxa de Blair" é sofrido saber mas parece que a ideia deu frutos e hoje vários filmes seguem os passos do filme pioneiro. O resultado já sabemos: câmera na mão, gritos, correria, imagens desfocadas ou balançadas e ritmo alucinante. Tudo com cheiro de amadorismo para trazer uma verniz de "realidade". De certa forma os filmes que seguem o estilo "Mockumentary" bebem diretamente da fonte dos chamados reality shows da TV - a ideia é imitar os reality shows na forma de mostrar ou contar ao espectador a estória. [REC] tem um parentesco bem próximo também dos filmes de Romero, até porque deve-se reconhecer que qualquer filme que mostre mortos vivos vai de uma forma ou outra copiar as obras do mestre de terror.

Do ponto de vista originalidade [REC] não traz grandes surpresas. O filme é curtinho - para não saturar - e se concentra basicamente em criar uma situação e explorar ela ao máximo tentando com sua suposta veracidade criar medo no espectador. Nesse aspecto achei que a criação do enredo foi bem melhor do que seu desenvolvimento. A atriz Manuela Velasco que interpreta a jornalista consegue nos passar mesmo a sensação de que é uma quase amadora na profissão. Curiosamente seu cameraman jamais aparece mesmo quando a câmera cai no chão ou ele fica sem controle dela. De resto destaco apenas duas boas cenas na produção: a primeira quando as pessoas que estão em quarentena no prédio descobrem a "velha" no andar de cima e a segunda quando finalmente chegam no apartamento que vai revelar grande parte da trama (embora muita coisa fique mesmo no ar, sem explicação). De maneira em geral [REC] procura inovar de alguma forma no velho tema mortos vivos. Consegue apenas em termos, caindo muitas vezes na banalidade. Vale assistir pelo menos uma vez para conhecer e é só.

[REC] (REC, Espanha, 2007) Direção: Jaume Balagueró, Paco Plaza / Roteiro: Jaume Balagueró, Paco Plaza, / Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza, Jorge-Yamam Serrano ; Sinopse: Jovem repórter e seu cameraman fazem uma reportagem sobre a rotina dos bombeiros quando esses são chamados a um conjunto de apartamentos onde vizinhos ouvem gritos no andar superior. Ao investigar o ocorrido descobrem algo bem mais sinistro do que poderiam imaginar.

Pablo Aluísio. 

sábado, 13 de janeiro de 2024

Apollo 18

Uma tremenda bobagem. Poderia resumir esse Apollo 18 assim, dessa maneira simples. De todos os formatos que andaram surgindo nos últimos anos esse que chamo de "falso documentário" (existem outras denominações por aí) é um dos piores. É engraçado porque eles geralmente seguem o mesmo caminho: tentam virar hits na internet, semeiam informações falsas e depois tentam vender tudo como se fosse verdade. Na época de "A Bruxa de Blair" isso ainda era uma novidade e tanto (e deu muito certo como demonstra sua bilheteria) mas hoje em dia tentar servir um prato requentado tantas vezes soa desnecessário. 

Além desse aspecto "Apollo 18" tem um sério problema: é muito bobo o roteiro. Para quem cresceu vendo os roteiros bem elaborados da série clássica Star Trek ter que encarar uma bobagem dessas é dose pra leão. Em pouco mais de 60 minutos o filme nos enrola com pseudo papo de cunho técnico fajuto para dar alguma veracidade ao que ocorre na tela. Mas tudo vai por água abaixo, os atores são fracos, as imagens repetitivas logo cansam e o irritante áudio de má qualidade nos enche a paciência. A velha estorinha de ETs do mal já deu o que tinha que dar. Pra falar a verdade teria sido muito melhor se realizassem um documentário real sobre a Apollo 17, essa sim uma missão verdadeira. Já a Apollo 18 foi pura perda de tempo e dinheiro. 

Apollo 18 (Apollo 18, Estados Unidos, 2011) Direção: Gonzalo López-Gallego / Roteiro: Brian Miller / Elenco: Warren Christie, Lloyd Owen, Ryan Robbins / Sinopse: Imagens secretas do governo americano são descobertas mostrando os terríveis acontecimentos com a tripulação da missão Apollo 18.0

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Annabelle 2: A Criação do Mal

Essa série de bons filmes de terror começou lá atrás, com o primeiro "Invocação do Mal". Desde então um certo nível de qualidade tem se mantido, nunca decaindo, mesmo agora no quarto filme dessa franquia. O interessante é que todos os filmes podem ser assistidos de forma independente, pois possuem arcos narrativos fechados. Por essa razão se você nunca viu nenhum deles, não precisa se preocupar, pode assistir a esse "Annabelle 2: A Criação do Mal" sem maiores problemas. Bom, como o próprio título sugere temos aqui a origem da maldição sobrenatural que parece cercar essa boneca chamada Annabelle. Para isso o espectador é transportado para a década de 1950. Em um pacato rancho mora uma família aparentemente muito feliz. Pai, mãe e a pequena filha, uma criança adorável chamada justamente Annabelle.

O pai é um construtor artesanal de bonecas infantis e o primeiro exemplar de um novo modelo acabará tendo um papel vital dentro dessa história. Após participarem de um culto na igreja local a família volta para casa. No meio do caminho o motor do carro quebra. O pai tenta consertar e no meio da estrada, durante uma distração, a pequena Annabelle é atropelada por um caminhão. Passam-se os anos e reencontramos o mesmo casal, agora mais envelhecido e destruído emocionalmente pela morte da filha. A casa onde moram é bem espaçosa e... vazia. Assim eles decidem ajudar um orfanato da região, abrigando um grupo de meninas órfãs. Assim que elas se mudam, sob a supervisão da freira irmã Charlotte, começam a acontecer os eventos sobrenaturais. Tudo leva a crer que a alma de menina morta Annabelle está de volta ao seu antigo lar... mas será que a doce menina das aparições nas sombras é realmente ela?

Revelar mais seria estragar parte das boas surpresas desse bom roteiro. No quadro geral poderia dizer que "Annabelle 2: A Criação do Mal" é de fato um terrorzão dos bons, seguindo uma linha mais tradicional, que parecia um pouco perdida depois que os efeitos digitais invadiram o cinema. Aqui eles são usados, mas de forma mais inteligente e discreta. O diretor David F. Sandberg preferiu usar o medo natural das pessoas em relação às sombras e vultos escondidos pelos cantos obscuros da casa. Com isso o filme ganhou bastante em suspense. Some-se a isso o ótimo elenco formado por jovens atrizes que interpretam as meninas órfãs que vão morar na antiga casa de Annabelle. Com todos os elementos inseridos nos lugares certos não é de se admirar que o filme tenha ficado tão bom. Realmente é uma ótima opção para os fãs dos filmes de terror ao velho estilo. Não vá deixar passar em branco.

Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation, Estados Unidos, 2017) Direção: David F. Sandberg / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Anthony LaPaglia, Samara Lee, Miranda Otto, Lulu Wilson, Talitha Eliana Bateman / Sinopse: Arrasados emocionalmente após a morte da pequena filha de dez anos, um casal decide abrir sua casa para um grupo de meninas órfãs mantidas pela Igreja Católica. Assim que elas se mudam para o lugar - um rancho distante da cidade - eventos sobrenaturais começam a acontecer pela casa. Será a pequena Annabelle retornando do mundo dos mortos?

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de janeiro de 2024

O Dia Depois de Amanhã

Mais um exemplar do cinema pipoca fast food de Roland Emmerich. Aqui tudo o que importa são os efeitos digitais de última geração, aliado a um fiapo de roteiro que com bastante verniz pseudocientífica tenta trazer alguma credibilidade ao argumento que só serve como desculpa para um desfile de recriações digitais de um mundo assolado por um inverno global sem limites. O enredo gira em torno dos esforços de um grupo de cientistas que tenta alertar as autoridades de uma nova idade do gelo que se aproxima no planeta Terra. A nova mudança climática obviamente destruirá as principais cidades do mundo, principalmente aquelas localizadas no hemisfério norte. Assim temos cenas e mais cenas de catástrofes mundiais, com as cidades literalmente sendo engolidas por um frio arrasador.

Roland Emmerich não tem jeito mesmo. Ele faz parte de um grupo de novos diretores (nem tão novos é bom frisar) que planejam, executam e montam seus filmes dentro de computadores de última geração. As cenas com atores reais duram poucas semanas, uma vez que o filme acaba sendo produzido mesmo dentro de avançados softwares de última geração. Se é muito eficaz para os estúdios o mesmo não se pode dizer dos resultados artísticos. Tudo soa muito artificial, sem alma, com muito sensacionalismo em cada momento, em cada tragédia. Roland Emmerich não é tão histérico quanto Michael Bay, por exemplo, mas mantém a característica básica dessa linha de diretores que seguem uma cartilha já bem conhecida: toneladas de efeitos especiais e roteiros mínimos. Boas atuações? Diálogos inspirados? Esqueça. Isso aqui meu caro é cinema fast food para ser consumido em salas de shopping center pos adolescentes barulhentos. Não dá para levar à sério um cinema desse estilo.

O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, Estados Unidos, 2004) Direção: Roland Emmerich /  Roteiro: Roland Emmerich / Elenco: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum / Sinopse: O Planeta Terra passa por uma nova era de gelo levando ao colapso o mundo tal como conhecemos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

M3gan

Quando eu soube da existência desse filme, realmente não fiquei nada ansioso para assistir. Essa coisa de um brinquedo que sai do controle é antiga. Basta lembrar de Brinquedo Assassino. Entretanto, esse filme traz boas surpresas. Não apenas do conceito inicial, mas também do uso e da discussão sobre a perigosa Inteligência artificial. Um ser robótico, com inteligência artificial, poderia tomar suas próprias decisões e, mesmo que fossem tomadas por pura lógica, elas não deixariam de ser perigosas. Então o roteiro do filme aproveita essa premissa muito bem. Deveria ser um brinquedo para servir de companhia para crianças que ficam muitas horas longe dos pais. Só que esse brinquedo é, na realidade, um robô com inteligência artificial. Conforme ele vai reunindo dados e informações sobre a humanidade, as coisas podem sair facilmente de controle. 

M3gan foi um tremendo sucesso nos Estados Unidos. Para se ter uma ideia, a bilheteria já está chegando na marca dos 200 milhões de dólares! Para um filme de terror com uma protagonista que é uma boneca / brinquedo, não deixe de ser um número fenomenal. E para falar a verdade, eu gostei bastante do filme. A atriz mirim Amie Donald que interpreta a M3gan, é um tremendo achado. E os efeitos digitais que surgem no filme são muito bem realizados. São pontuais e eficazes em detalhes mínimos, como os olhos da boneca e suas mãos. O filme já virou franquia, pois os produtores já anunciaram a continuação para breve. O cinema tem uma nova máquina de fazer dinheiro no gênero terror. O primeiro filme é bom, então pode ser que os próximos venham a complementar o que já era bem satisfatório nesse filme original.

M3gan (M3GAN, Estados Unidos, 2022) Direção: Gerard Johnstone / Roteiro: Akela Cooper, James Wan / Elenco: Amie Donald, Allison Williams, Violet McGraw, Jenna Davis, Ronny Chieng / Sinopse: Especialista em alta tecnologia, acaba criando uma boneca, um brinquedo para ser vendido nas lojas e se tornar um grande sucesso comercial. Só que o produto é, na realidade, um robô com inteligência artificial. Algo que logo se revela ser muito perigoso para todos.

Pablo Aluísio.