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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Planeta dos Macacos: A Guerra

Essa trilogia se encerra muito bem aqui nesse filme. Essa nova leva de filmes explorando o universo do planeta dos macacos foi realmente muito boa. O primeiro filme de 2011 já surpreendeu pela extrema qualidade de seu roteiro. O segundo não foi tão bom, mas manteve o interesse e a qualidade e finalmente tudo se encerra aqui, nessa terceira produção, que se não é tão boa quanto às anteriores pelo menos se mantém em um nível artístico que não vai decepcionar ninguém. Esse novo lote de filmes provou acima de tudo que era possível reciclar velhas ideias com toques de originalidade, melhorando o que por si só já era muito bom. Um remake não precisa ser apenas um caça níqueis. Pode ser também algo que venha a acrescentar, melhorar um bom filme do passado.

Quando o filme começa já encontramos uma tropa de soldados humanos adentrando a floresta em busca do grupo de Caeser. Como se viu nos filmes anteriores um vírus se espalhou pelo planeta, ceifando a vida de praticamente 90% da humanidade. Os humanos que sobreviveram seguem sua guerra contra os macacos. Caeser consegue repelir o ataque, mas o saldo é doloroso para ele. Sua esposa e seu filho são mortos durante os combates. Todos executados pessoalmente pelo cruel e sanguinário Coronel que lidera as tropas, em boa interpretação do ator Woody Harrelson. A partir daí inicia-se uma jornada de vingança por parte de Caesar. Ele quer vingar a morte de seus entes queridos e parte para o acerto de contas finais contra o militar.

O roteiro desse terceiro filme não é tão bom como o do primeiro. Ali havia mesmo um argumento primoroso que discutia o que realmente tornava alguém realmente humano. Aqui a trama é mais básica, baseada na velha fórmula da vingança pessoal (tema aliás que sempre foi explorado em demasia pelo cinema, principalmente em filmes de ação e western). Isso porém não significa que seja ruim, longe disso. Dentro dessa premissa a história até que funciona muito bem. É um bom clímax para tudo o que o público vinha acompanhando desde os primeiros filmes. Os efeitos especiais continuam perfeitos e bem inseridos dentro do enredo. Não ofusca a história, pelo contrário, ajuda a contá-la. No mais, não resta outra coisa a não ser aplaudir esses novos filmes. Eles trouxeram de volta, com extremo êxito, esse estranho mundo, onde os macacos vão se tornando cada vez mais sábios, enquanto a humanidade vai se afundando em sua própria ganância e estupidez.

Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2017) Direção: Matt Reeves / Roteiro:  Mark Bomback, Matt Reeves / Elenco: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller / Sinopse: O líder dos macacos, Caesar (Serkis), almeja criar a paz com os homens, mas isso vai se tornando impossível por causa de um Coronel insano e violento que tem planos de escravizar todos os macacos pois ele quer erguer uma grande muralha de defesa em seu acampamento militar nas colinas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Planeta dos Macacos: O Confronto

Já havia gostado bastante do primeiro filme, "Planeta dos Macacos: A Origem" de 2011 e agora pude constatar que a continuação, se não é tão boa quanto o filme anterior, pelo menos manteve um bom nível. É bom lembrar que essa é na verdade a terceira franquia desse universo. A primeira começou justamente no filme clássico "O Planeta dos Macacos" de 1968, estrelado por Charlton Heston e com direção de Franklin J. Schaffner. Depois vieram várias continuações e até uma série de TV. A segunda se limitou àquele interessante filme dirigido por Tim Burton de 2001 e agora temos essa nova leva de produções. A tônica aqui é mais realista. O grande destaque vai para Caesar (Andy Serkis), um macaco fruto de experiências pioneiras no primeiro filme. Ele desenvolve uma inteligência quase humana e depois se torna líder de seu bando. Nessa segunda produção Caesar e seus seguidores vão para uma reserva florestal nos arredores de San Francisco. 

Um vírus mortal criado em laboratório, que inclusive era usado em experiências com macacos, se disseminou entre a população humana. Noventa por cento da humanidade morreu por causa de sua proliferação. O que sobrou dos seres humanos no planeta agora se organiza em pequenas comunidades de sobrevivência. Dreyfus (Gary Oldman) lidera uma delas. O maior desafio é manter a geração de energia, mas para isso eles precisam recuperar uma usina hidrelétrica que se localiza justamente no território do grupo de Caesar, algo que pode desencadear uma verdadeira guerra entre macacos e homens. Ao custo de 170 milhões de dólares essa sequência se notabiliza pelo bom roteiro (que não chega a ser tão criativo como a do primeiro filme) e dos excelentes efeitos de computação gráfica.

Todos os animais do filme são meras criações digitais. Nesse caso os efeitos não são gratuitos, muito pelo contrário, eles ajudam a contar uma história muito bem desenvolvida. Para os críticos esse filme não passaria de um remake menos talentoso de "A Batalha do Planeta dos Macacos" (1973), assim como "Planeta dos Macacos: A Origem" nada mais seria do que uma refilmagem de "A Conquista do Planeta dos Macacos" (1972), ambos da franquia original. Eu vejo esse tipo de comparação com reservas. Na verdade há elementos novos, bem originais para se falar a verdade, tudo impulsionado por descobertas e teses científicas que inexistiam quando os primeiros filmes foram realizados na década de 70. Além disso há uma bem explorada rivalidade entre o líder Caesar e aquele que deveria ser seu braço direito, Koba (Toby Kebbell). Esse teria desenvolvido uma personalidade psicopata por causa das terríveis torturas a que teria sido submetido quando não passava de uma cobaia em cativeiro, o que obviamente criou em sua mente um grande trauma em relação aos seres humanos. Já Caesar teria tido uma outra vivência, principalmente com o pesquisador interpretado por James Franco, que teria lhe ensinado que os seres humanos também poderiam ser bondosos e amigos. Essa diferença de visões acabaria levando Koba e Caeser para um confronto mortal. Então em resumo é isso. Temos aqui um bom filme que me agradou bastante. A boa notícia é que fica bem claro no desfecho que haverá uma sequência em breve, a terceira dessa nova série. Se manter o bom nível dos dois primeiros filmes teremos certamente, no mínimo, uma boa diversão pela frente.

Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes, Estados Unidos, 2014) Direção: Matt Reeves / Roteiro: Mark Bomback, Rick Jaffa / Elenco: Gary Oldman, Keri Russell, Andy Serkis, Toby Kebbell, Jason Clarke / Sinopse: Após noventa por cento da humanidade morrer por causa de um vírus produzido em laborátorio, humanos e macacos entram em conflito por causa de uma usina hidrelétrica localizada nos arredores de San Francisco. Filme indicado ao Oscar e ao BAFTA Awards na categoria de Melhores Efeitos Visuais (Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de março de 2024

Planeta dos Macacos: A Origem

Esqueça a franquia clássica original. Esqueça o filme de Tim Burton também. Esse "Planeta dos Macacos - a Origem" tenta inovar e ser diferente da longa linhagem de filmes já feitos sobre a estória desses personagens. A boa notícia é que no final somos presenteados com um bom filme realmente, que logo se torna uma grata surpresa. Todos sabem que de maneira em geral detesto blockbusters, principalmente quando são vazios e sem conteúdo. Pior são aqueles que se fundamentam única e exclusivamente em efeitos digitais. Esse novo Planeta dos Macacos tinha tudo para ser um produto assim. Felizmente não é o que acontece. Não restam dúvidas que esse também é um blockbuster de Hollywood, feito e pensado para gerar grandes bilheterias, o diferencial é que é um produto de qualidade, com bom roteiro e boas atuações. Definitivamente esse "Planeta dos Macacos: A Origem" é um blockbuster com alma! Posso dizer sem ter medo de errar que os 70 primeiros minutos são brilhantes. Não devo contar nada para não estragar a surpresa dos que irão assistir mas o desenvolvimento de Cesar e seu envolvimento com o personagem de James Franco (e seu pai) é extremamente bem escrito, envolvente e tocante. Nada parecido com o que estamos acostumados a ver nesse tipo de produção Made in Hollywood. 

Na minha opinião o filme só perde mesmo um pouco de qualidade quando sua vocação de blockbuster fala mais alto (mais ou menos nos 25 minutos finais) mas mesmo aí nada acontece que o desmereça e em nenhum momento a inteligência do espectador é ofendida. Outro ponto crucial: praticamente todos os macacos do filme são digitais mas tudo é feito com tamanha sensibilidade e perfeição técnica que isso se torna um mero detalhe. Também vamos convir que seria simplesmente impossível rodar esse roteiro com animais de verdade (ou o pior, com humanos vestidos de macaco). Em suma, é realmente um novo recomeço, original, que traz conceitos e pontos de vistas inovadores que em essência o transformaram em um belo filme, belo mesmo. O melhor blockbuster de 2011 com folgas! Não deixem de assistir. 

Planeta dos Macacos: A Origem (Rise of The Planet Of The Apes, Estados Unidos, 2011) Direção: Robert Wyatt / Roteiro: Rick Jaffa, Amanda Silver baseado no livro de Pierre Boulle / Elenco: James Franco, Andy Serkis, Brian Cox / Sinopse: Jovem cientista (James Franco) realiza experimentos com macacos visando procurar uma cura para uma doença que atinge seu pai. Isso acaba desenvolvendo uma inteligência fora do comum nos animais o que trará consequências sérias para o futuro da humanidade.  

Pablo Aluísio.