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sábado, 24 de fevereiro de 2024

Victor Frankenstein

Mais uma versão cinematográfica do famoso livro escrito por Mary Shelley em 1818 (a obra, como se pode perceber, está prestes a celebrar 200 anos de sua edição original). Pois bem, depois de tantos filmes é de se perguntar se ainda há algo de novo a explorar dentro desse universo literário. Para fugir do lugar comum os roteiristas inovaram em dois aspectos básicos. No primeiro procuraram valorizar a figura do personagem Igor. Para quem não se lembra ele era o assistente corcunda do Dr. Frankenstein, sempre se arrastando pelas sombras de seu laboratório sinistro. Na grande maioria das versões sua importância era bem secundária. Aqui ele ganha quase o foco principal, até porque é interpretado pelo ator Daniel Radcliffe (o eterno Harry Potter). O outro ponto que merece destaque é a batalha intelectual e de fé que se trava entre o Dr. Victor Frankenstein (James McAvoy) e o inspetor da Scotland Yard, Turpin (Andrew Scott). O primeiro não acredita em Deus e está plenamente convencido de que irá criar vida a partir de restos de corpos de pessoas mortas. Seu ateísmo vibra com essa possibilidade, pois seria o triunfo da ciência sobre a religião. O segundo é um policial com bastante religiosidade, que acredita sinceramente que o Dr. Frankenstein está infringindo as leis de Deus, criando por suas próprias mãos a vida humana.

A produção é excelente, com maravilhosa direção de arte. É importante chamar a atenção para o fato de que tentou-se recriar todos os cenários e reconstituições históricas dos filmes clássicos da Universal (inclusive no que diz respeito ao design da criatura). Assim Londres surge mais vitoriana (e sombria) do que nunca. De forma em geral gostei do filme. Reconheço que há exageros, principalmente nas cenas de maior movimentação e ação, claramente para satisfazer o gosto do público mais jovem que frequenta os cinemas atualmente, mas nem esse pequeno deslize desmerece o filme como um todo. O fato de Igor ter tanta visibilidade também não me aborreceu em absolutamente nada. Acredito que velhas estórias de terror como essa (e até mesmo Drácula) merecem passar por remodelações de vez em quando, desde que a essência principal do enredo original seja preservada. Foi o que aconteceu nessa produção. Manteve-se todo o background histórico com algumas pontuais modificações (como por exemplo o passado dramático e traumático do Dr. Frankenstein e a morte precoce de seu irmão, Henry). Releve tudo isso. O importante é que se trata de uma boa versão, com eventuais pequenas falhas que não atrapalham em nada. Vale o ingresso.

Victor Frankenstein (Victor Frankenstein, Estados Unidos, 2015) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Max Landis, baseado na obra de Mary Shelley / Elenco: Daniel Radcliffe, James McAvoy, Jessica Brown Findlay, Andrew Scott / Sinopse: Victor Frankenstein (McAvoy) é o filho de um renomado médico britânico. Estudante de medicina, ele resolve fazer experiências com pedaços de corpos de animais, tentando trazê-los de volta à vida com o uso de eletricidade. Depois de uma experiência bem sucedida envolvendo um macaco ele parte para a maior criação de sua carreira: a criação de vida humana através de corpos de pessoas mortas.

Pablo Aluísio. 

sábado, 30 de dezembro de 2023

It: Capítulo Dois

O primeiro filme foi um grande sucesso de bilheteria. Custou apenas 35 milhões de dólares e faturou nas bilheterias mais de 75o milhões. Um lucro fantástico. Por isso era esperado que uma continuação fosse realizada. E assim chegamos nesse segundo capítulo. Essa sequência foi criticada por dois aspectos básicos. O filme seria muito longo e cansativo e seu roteiro seria repetitivo. Eu tenho uma visão diferente. Sim, o filme é longo. Quase três horas de duração. Porém não me soou cansativo. As pessoas esquecem que o livro original de Stephen King tem mais de mil páginas! Adaptar um livro desse tamanho para o cinema só poderia resultar mesmo em um filme longo. Cansativo porém não achei. Os roteiristas trouxeram o que era essencial para o filme. Como há vários personagens seria mesmo necessário ter espaço para cada um deles demonstrar sua personalidade no filme. Foi isso o que aconteceu. O palhaço Pennywise aparece a cada um deles em cenas individuais onde ele trabalha o lado psicológico dos garotos, seus traumas, seus complexos. Isso está no livro e era necessário trazer também para o filme. Não havia como retirar do roteiro. 

Com isso o segundo filme ficou mesmo longo, não tinha outra saída. Porem cada um desses momentos não é gratuito. O uso de vários flashbacks também foi criticado de forma indevida. Essa é a estrutura do livro, com passagens do passado e presente se intercalando. É uma ferramenta narrativa do próprio Stephen King que os roteiristas utilizaram também aqui. Ficou adequado. A edição é inteligente, mesclando em uma só sequência com passado e presente, tudo feito de forma bem eficaz. O resultado final me agradou bastante. O roteiro brinca até com o fato de que muitos criticam os finais dos livros de Stephen King. Ele inclusive está no filme, numa ponta, como um vendedor de coisas velhas. Pois bem, há que tenha odiado o final, achando simplista demais como os personagens deram fim ao Pennywise. Na minha opinião tudo foi válido e tem seu lugar no filme. A luta entre o palhaço e os protagonistas é no fundo psicológica e uma solução dessa natureza seria o mais adequado para o desfecho do enredo. Do jeito que ficou me agradou bastante. E se você gosta mesmo de Stephen King, então o filme se torna essencial.

It: Capítulo Dois (It Chapter Two, Estados Unidos, 2019) Direção: Andy Muschietti / Roteiro: Gary Dauberman / Elenco: Jessica Chastain, James McAvoy, Bill Hader, Bill Skarsgård / Sinopse: Vinte e sete anos após os acontecimentos do primeiro filme o palhaço Pennywise está de volta. Crianças começam a desaparecer novamente. Com isso os garotos do primeiro filme (agora todos adultos) resolvem se unir mais uma vez para acabar com as monstruosidades do palhaço.

Pablo Aluísio.