Mostrando postagens com marcador John Lithgow. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador John Lithgow. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Interestelar

Não é pequeno o número de pessoas que não gostaram desse filme. Eu sei explicar bem a razão. Não temos aqui um roteiro de fácil digestão. Na realidade o argumento é um dos mais inteligentes que já vi nos últimos anos. Ele lida com universos paralelos, dimensões espaciais e física, muita física, ou melhor dizendo, astrofísica. As distâncias e o espaço / tempo são tão grandiosos em termos universais que até mesmo nossos conceitos mais básicos se tornam elásticos e sem muito sentido diante da realidade explorada pelo filme em si. Os roteiristas de "Interestelar" não o escreveram para um público mediano, que mal consegue lidar com conceitos mais simples da ciência. Na verdade eles partiram do pressuposto que o espectador já teria algum colchão de conhecimento para absorver tudo o que verá pela frente. Só assim haveria a mínima possibilidade de compreender como o astronauta Cooper (Matthew McConaughey) consegue entrar em um buraco de minhoca, vindo parar em uma realidade paralela, em outra dimensão dentro de nosso próprio mundo. Uma vez lá ele tenta se comunicar com o seu Eu desse outro espaço tempo e o ciclo volta a se renovar, mostrando nesse sentido a universalidade da própria eternidade.

Já deu para perceber que não é uma ficção para quem andou cabulando as aulas de física no ensino médio não é mesmo? Pois bem. Se o espectador conseguir pelo menos pegar parte dessas nuances já terá feito alguma coisa. Na verdade o filme tem além de um roteiro excepcional uma direção de arte brilhante (que recria como seria alguns exoplanetas no universo) e efeitos especiais bem feitos e que trabalham em sintonia com a história que está contando. Provavelmente o filme vai agradar muito mais aos que já se interessam por esse tipo de tema. Os espectadores eventuais que não estejam dispostos a pensar muito vão acabar sofrendo para pegar tudo o que vê na sua frente. Não é um filme para amadores. "Interestelar" exige concentração e foco, algo que infelizmente falta em abundância no público que frequenta cinemas hoje em dia.

Interestelar (Interstellar, Estados Unidos, 2014) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan / Elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Michael Caine, John Lithgow, Ellen Burstyn, Jessica Chastain, Casey Affleck / Sinopse: Ex piloto do programa espacial é recrutado para uma nova missão da NASA. Ele deverá ir junto com sua tripulação em direção a um enorme "buraco de minhoca" cósmico em busca de respostas sobre três missões anteriores que não retornaram ao planeta Terra. O objetivo é procurar um novo lugar para colonização pela raça humana pois os recursos naturais da Terra estão virtualmente esgotados. O lema da missão passa a ser "A humanidade nasceu na Terra, mas não precisa morrer nela". Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Também indicado nas categorias de Melhor mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Design de Produção e Melhor Música Original.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

2010: O Ano Em Que Faremos Contato

Título no Brasil: 2010 - O Ano Em Que Faremos Contato
Título Original: 2010
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Peter Hyams
Roteiro: Peter Hyams
Elenco: Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren
  
Sinopse:
Baseado no livro de ficção escrito por Arthur C. Clarke, o filme "2010 - O Ano Em Que Faremos Contato" dá sequência aos acontecimentos vistos no clássico de Stanley Kubrick "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Uma nova expedição, dessa vez soviética, é enviada até os confins do sistema solar. O objetivo é chegar o mais rapidamente possível em Júpiter para descobrir o que teria acontecido com a tripulação da expedição anterior que desapareceu misteriosamente, sem deixar vestígios. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Som, Figurino, Maquiagem e Direção de Arte.

Comentários:
Acredito que seja um dos filmes mais subestimados da história. Há muitos pontos positivos, mas primeiro vamos comentar alguns probleminhas que a história apresenta nos dias de hoje. Em termos de futurologia o roteiro apresenta vários erros de previsão sobre o futuro. Acontece que no enredo do filme temos uma nave espacial soviética indo até Júpiter no ano de 2010. Tudo bem, na época em que o livro foi escrito era de se esperar que os russos tivessem mesmo capacidade no futuro para uma viagem espacial desse nível. Arthur C. Clarke só não contava que o muro de Berlim seria derrubado em 1989, colocando por terra todo o império socialista soviético naquele mesmo ano. Ele foi atropelado por um evento histórico que ninguém conseguiria prever na época. Outro fato que não se cumpriu, fruto de um otimismo típico dos anos 1960, vem da própria expedição humana rumo ao planeta Júpiter. No filme isso acontece em 2010 de uma forma quase rotineira. Pois bem, estamos em 2015 e até hoje a humanidade não conseguiu pisar em nenhum outro astro cósmico além da Lua. Nem o mais pessimista amante de astronomia dos anos 60 poderia antecipar um futuro tão decepcionante como esse! 

Quem diria... Também não há nenhum sinal de contato com seres extraterrestres. A não ser que você considere as aparições de OVNIs como algo válido nesse sentido. Para a ciência séria porém nada aconteceu. Estamos na mesma. Enfim, esses são equívocos de previsão, afinal de contas ninguém pode antecipar com segurança o que aconteceria no futuro próximo. De qualquer maneira considero um filme muito bem realizado, com um enredo muito bom, que embora muitos não digam, seria fartamente copiado nos anos que viriam por outras produções de Hollywood. Uma maneira de balancear o lado mais intelectual do filme original com uma história mais acessível ao fã de ficção mais comum. Também não podemos negar que o elenco é excelente. Além de Roy Scheider e John Lithgow, dois atores que gosto bastante, ainda temos a presença da dama da atuação Helen Mirren. Elegância e sofisticação que salvam o filme no quesito atuação. Só ela já justificaria o interesse em todo o filme. Em suma, vale a pena rever o filme para uma boa revisão.

Pablo Aluísio.